Tá na Mesa debate o papel da imprensa diante das tragédias climáticas
Edição 19 de julho de 2024 Edição impressa

Quarta-Feira11 de Dezembro de 2024

Além da notícia

Tá na Mesa debate o papel da imprensa diante das tragédias climáticas

Evento da Federasul reúne sete redações do RS para detalhar cobertura jornalística em um ano marcado pela maior tragédia climática do Brasil. Diretor do Grupo A Hora destaca a responsabilidade da imprensa em informar e propor soluções

Por

Atualizado quarta-feira,
11 de Dezembro de 2024 às 19:19

Tá na Mesa debate o papel da imprensa diante das tragédias climáticas
Federasul convidou diretores de redações para fazer uma retrospectiva sobre as coberturas jornalísticas em 2024 Educame. (Foto: Filipe Faleiro)

Em um ano que ficará na história devido a maior tragédia climática da história do país, a função do jornalismo em meio a crise foi o tema central do último Tá na Mesa de 2024, promovido pela Federação das Entidades Empresariais do RS (Federasul).

O evento ocorreu nesta quarta-feira (11), no Palácio do Comércio, em Porto Alegre, e reuniu diretores de sete redações do estado para uma retrospectiva do impacto da imprensa na cobertura das enchentes de maio e na reconstrução das comunidades atingidas.

Entre os convidados, o diretor editorial e de conteúdo do Grupo A Hora, Fernando Weiss, destaca a relevância do jornalismo em transcender a função de noticiar, assumindo um papel ativo na mobilização social.

“Nosso trabalho vai além de informar. Cabe a nós influir, assumir bandeiras em defesa da sociedade e fortalecer os movimentos que buscam solucionar problemas estruturais. Em 2024, essa atuação foi ainda mais perceptível frente ao desastre sobre o Vale do Taquari.”

Conforme o presidente da Federasul, Rodrigo Sousa Costa, ouvir os jornalistas representa se aproximar das tendências e projeções de como pensa a opinião pública. “Costumamos dizer que a economia se move pela confiança das pessoas umas nas outras. A política é pela opinião pública. Por isso, nosso trabalho como organização social de voluntários se torna mais efetivo quando tem a credibilidade do jornalismo profissional.”

O debate também contou com a participação de Guilherme Kolling (Jornal do Comércio), Guilherme Macalossi (Bandeirantes), Marjana Vargas (Rede Pampa), Marta Gleich (RBS), Igor Muller (Grupo Sinos) e Telmo Flor (Correio do Povo).

Desafios e resultados

A tragédia de maio afetou mais de 400 municípios gaúchos, em um total de 2,1 milhões de pessoas atingidas. Foram quase 200 mortes, com prejuízos sociais e econômicos estimados de quase R$ 50 milhões.

“Uma das grandes questões do jornalismo, do profissional de imprensa, está em relatar os fatos ou ajudar? Desta vez, o repórter também foi atingido”, realça o diretor da Band, Guilherme Macalossi.

Igor Muller, do Grupo Sinos, reforçou a importância de a imprensa estar próxima das comunidades. “Estamos falando de vidas. O jornalismo precisa ouvir, dar espaço para as histórias e buscar soluções junto com a sociedade.”

Para Fernando Weiss, o desafio de tamanha magnitude exigiu a mobilização de toda a equipe de jornalistas durante o episódio. “O Vale do Taquari sofreu sozinho a inundação de setembro. Um mês depois, organizamos o primeiro seminário Pensar o Vale Pós-Enchente. Ali formamos uma comissão multissetorial.”

Neste movimento, surgiu a primeira Carta do Vale do Taquari, com uma série de tarefas para melhorar a resposta em caso de novos episódios. “Não imaginávamos que viveríamos de novo em maio. Só que desta vez, não foi só a nossa região.”

Cultura de prevenção

Como primeira entrega da comissão, saiu o projeto Educação Ambiental nas Escolas (Educame). Com intuito de criar consciência coletiva sobre catástrofes ambientais, a iniciativa convida educadores e alunos para tornar o cuidado com a natureza e como proceder em momentos de crise em disciplina de aula.

“Pensamos em dotar a sociedade de conhecimento. Para que os alunos sejam multiplicadores, que repliquem a cultura da prevenção nas famílias”, diz Weiss. As publicações trazem a exclusividade e ineditismo de pormenorizar aspectos regionais.

O Educame é uma realização do Grupo A Hora e conta com o apoio da Defesa Civil Nacional, das associações dos municípios do Vale do Taquari (Amvat) e do Alto Taquari (Amat).

Operação na região Sul

O diretor editorial do A Hora também detalhou a expansão do grupo para Pelotas e Rio Grande. A circulação começou em 6 de julho, com o diário A Hora do Sul. A política editorial e o propósito de fortalecer o desenvolvimento regional norteiam a operação. “Nossa proposta é fazer com que a população e o empresariado atuem em um ciclo virtuoso. Esperamos ser o catalisador deste movimento.

Acompanhe
nossas
redes sociais