Sempre a perturbação do sossego
Edição 19 de julho de 2024 Edição impressa

Quinta-Feira26 de Dezembro de 2024

Editorial

Sempre a perturbação do sossego

Sempre a perturbação do sossego
Rolê Daora teve bons resultados no entorno da UCPel. (Foto: Rodrigo Chagas)

A barulheira no entorno da avenida Bento Gonçalves é uma das questões que ninguém parece conseguir resolver em Pelotas. Afinal, o que explica um descumprimento crônico de lei, a poucos metros da sede da Brigada Militar, não ter solução aparente? Há que considerar diversos pontos, incluindo a falta de espaço público de lazer e entretenimento noturno para os jovens. Mas o recado que fica é a dificuldade das autoridades, que há anos e anos não conseguem resolver a situação.

E esse insucesso nem é por falta de iniciativas. Já houve mudança na lei, operações especiais, tentativas integradas, acordo envolvendo Ministério Público, entre tantas outras coisas. O que fica de entendimento é que o público realmente busca conviver e fazer barulho em espaços públicos. Há um perfil, jovem, muito específico disso, e a situação já transitou por diversos pontos da cidade. Duque de Caxias, entorno da UCPel, Porto, pátio da Havan e mais alguns locais.

É preciso, antes de tudo, compreender o que leva a isso. Jovens são por essência barulhentos e seres que vivem em coletividade. É preciso entender e criar espaços onde eles sintam-se à vontade e não atrapalhem ninguém. Até aqui, a tentativa de oprimir esse tipo de reunião não surtiu efeitos – e já vem há quase uma década de força-tarefa contra. O Rolê Daora no entorno da UCPel foi uma das poucas iniciativas com bom resultado. Precisa ser replicado em outros lugares.

Quanto ao barulho, é desumano o que os moradores passam. Não são de hoje os relatos de problemas de saúde causados pela privação do sono. Isso tem que ser colocado na equação. Pessoas com mais idade, com doenças crônicas e crianças tornam-se vítimas da barulheira. É por causa deles que a solução precisa ser encontrada.

A resolução do problema de perturbação de sossego em diversos pontos da cidade passa exclusivamente pelo aprendizado do convívio. Há que, acima de tudo, respeitar os moradores incomodados das regiões onde ocorrem as aglomerações, mas há que se entender o motivo de tais situações acontecerem e maneiras de oferecer lazer e entretenimento aos jovens sem prejudicar ninguém.

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