A juíza da 4ª Vara do Trabalho de Pelotas, Ana Ilca Härter Saalfeld, homologou o leilão do prédio da Cooperativa Sul Riograndense de Laticínios (Cosulati), adquirido por mais de R$ 50 milhões (com os encargos do processo) pela Oz.Earth Participações Ltda, empresa paulista da área da ciência e tecnologia que atua no setor de alimentos. Os proprietários garantem que irão reativar a produção de laticínios na Zona Sul do Estado, com previsão inicial de produzir 200 mil litros de leite por dia.
A escolha da Zona Sul do Rio Grande do Sul foi uma decisão tomada por uma combinação de fatores estratégicos, conforme o CEO Igor Elias. Segundo a avaliação, a região possui uma bacia leiteira relevante nacionalmente, com uma cadeia muito bem desenvolvida em todas as etapas para a produção de laticínios, além de uma localização privilegiada, a poucos quilômetros do Porto de Pelotas. “Outro ponto importante é a mão de obra qualificada e a tradição no setor leiteiro. Esses fatores juntos tornam a região atrativa para empresas que buscam competitividade e infraestrutura para expansão”, garante o CEO.
Elias promete retomar a produção de laticínios a partir de um sistema sustentável, mas sem dar detalhes sobre como será o processo. Outra proposta é quanto ao volume. “O sistema adotado usa novas tecnologias de pastoreio. E a partir do segundo semestre do ano que vem, a Oz processará 200 mil litros de leite por dia com previsão de atingir 700 mil litros por dia já a partir do segundo ano de operação. O foco inicial é produzir leite em pó e a partir de 2025 expandir a produção para os outros produtos lácteos, cuja planta já possui infraestrutura”, adianta.
Que empresa é essa?
Segundo a assessoria de comunicação, “a Oz.Earth Participações Ltda é uma plataforma com ecossistema de serviços e produtos para agricultura familiar camponesa, oferecendo as ferramentas necessárias para saltos de produção e fornecendo para indústrias, governos e organizações uma variada cesta de alimentos e ingredientes saudáveis, nutritivos, com rastreabilidade e alto impacto”. De acordo com nota enviada pela assessoria, o negócio atende da produção a comercialização, de ponta a ponta, negociando contratos de compra de longo prazo para os agricultores com preços justos, garantindo previsibilidade de ganhos e gestão de riscos.
Apesar disso, até outubro não havia informações sobre a empresa na internet, apenas um endereço ligado a um espaço coworking na cidade de São Paulo. Desde então, a companhia ganhou um site falando sobre suas atividades, sem dar detalhes a respeito de outras operações da entidade.
A empresa vai ocupar um espaço no Capão do Leão, com um complexo industrial que está em uma área total construída de 17,5 mil metros quadrados. Os imóveis estão avaliados em R$ 23,1 milhões, já as máquinas e equipamentos em R$ 75,1 milhões.