Pelotas é uma cidade turística?
Edição 19 de julho de 2024 Edição impressa

Segunda-Feira6 de Janeiro de 2025

Editorial

Pelotas é uma cidade turística?

Pelotas é uma cidade turística?
Pelotas tem a vantagem de ser a Capital Nacional do Doce. (Foto: Jô Folha)

Nosso município bate no peito com orgulho para listar as razões que nos tornam uma das cidades mais interessantes do Brasil. Somos culturalmente ricos em artes, arquitetura histórica e moderna, vivemos em meio a um legado multicultural, fruto das diversas imigrações que contribuíram com nossa formação ao longo dos anos, em uma história bicentenária.

Gastronomicamente temos a vantagem de sermos a Capital Nacional do Doce e geograficamente estamos em uma posição estratégica, com belezas naturais que passam por uma das praias de água doce mais incríveis do Brasil e uma zona rural maravilhosa. Por qual motivo, então, não estamos figurando nas listas dos primeiros destinos turísticos quando as pessoas pensam em circular pelo Rio Grande do Sul?

A valorização desses pontos todos precisa ser externada e, mais do que isso, internalizada. A população precisa entender que vive em um local fantástico, apesar dos inúmeros problemas, como infraestrutura da cidade, problemas na área da saúde, falta de vagas etc. Gramado, Canela, Torres, Capão da Canoa, Rio Grande e tantas outras cidades que recebem um volume muito maior de visitantes anualmente também têm problemas, mas sabem lidar com os diversos fatores.

Externamente, é preciso comunicar. Afinal, as pessoas sabem de tudo isso? O que elas pensam quando se fala em Pelotas? Têm noção de que vai muito além do doce? Colocar na mente das pessoas de fora daqui o que encontrarão em Pelotas é fundamental para que sintam vontade de vir.

Mas há um terceiro ponto que é estruturar-se. Tudo isso listado acima, solto, não dá liga. Em uma analogia culinária, temos os ingredientes, mas é preciso misturá-los para que saia o bolo do turismo. Sem essa comunhão de fatores, a coisa seguirá trancada. Sem uma cidade preparada para receber o turista, nada vai funcionar e eles, além de não voltarem, vão desestimular outros visitantes. A cidade fecha o Mercado Central no domingo. O entorno da Coronel Pedro Osório é deserto. É difícil achar uma doçaria aberta ou orientações. Assim, fica difícil trazer gente de fora. Antes de qualquer coisa, é preciso seguir o caminho de estruturar-se e comunicar.

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