Patrimônio edificado também tem mirantes
Edição 19 de julho de 2024 Edição impressa

Quarta-Feira11 de Dezembro de 2024

Opinião

Ana Cláudia Dias

Ana Cláudia Dias

Coluna Memórias

Patrimônio edificado também tem mirantes

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Basta levantar um pouco o olhar para vê-los e imaginar o que se pode observar de lá. Em algumas cidades eles são pontos de destaque no turismo histórico. Por enquanto Pelotas não tem essa tradição, mas poderia, porque alguns dos seus patrimônios edificados possuem charmosos mirantes, que certamente atraem a curiosidade de muitos.

A coluna Memórias deste final de semana destaca três destes pontos mais elevados do patrimônio edificado:

Torre do Mercado

Um dos símbolos mais conhecidos do Mercado Central e da cidade, inspirada na Torre Eiffel de Paris, a torre do relógio foi projetada para a grande reforma pela qual o prédio passou a partir de 1912. O ferro da estrutura foi importado de usinas de Luneburgo, cidade alemã distante 50 quilômetros de Hamburgo. 

A estrutura metálica tem 37 metros de altura, dotado de um farol, com vitrais coloridos, no seu ponto mais alto. A novidade foi inaugurada em 5 de junho de 1913. Segundo relatos, o farol possuia uma forte luz rotativa, que por muitos anos foi vista de localidades como a Cascata, por exemplo.

Torre metálica deve passar por novo processo de restauro (Foto: Jô Folha)

Recentemente foi identificada a necessidade de um novo restauro na Torre do Mercado, a última intervenção ocorreu durante a requalificação do prédio, concluída em 2011. A Secretaria de Desenvolvimento, Turismo e Inovação está em contato com profissionais da área para viabilizar a confecção de um laudo com estimativa de valores, por este motivo não é possível fazer a visitação.

Belvedere do Casarão 2 

Inicialmente projetado em estilo colonial, o prédio número 2 da praça Coronel Pedro Osório, começou a ser construído no final da década de 1820, pelo charqueador José Vieira Viana, um dos construtores da primeira barca a vapor do Estado. Mais tarde foi vendida para José Antônio Moreira, barão de Butuí, que a presenteou ao seu filho mais velho, Ângelo Gonçalves Moreira, no final do século 19, quando passou por uma remodelação na fachada.

Uma das características da construção é o seu belvedere ou mirante, de onde se observava o movimento no canal São Gonçalo. Hoje o prédio, onde funcionam as salas Adail Bento Costa e Antonio Caringi e a Secretaria de Cultura, espaços abertos à visitação.

De acordo com o secretário de Cultura, Paulo Pedrozo, o mirante da Casa 2 pode ser visitado em determinados casos e para um número limitado de pessoas devido às condições de acesso, uma escada em caracol de madeira.

Caixa d’Água da praça Piratinino de Almeida 

Em 1871, um decreto imperial autorizou a implantação da Companhia Hydráulica Pelotense em Pelotas, sob a direção de Hygino Corrêa Durão. A primeira cláusula do contrato da Companhia previa a colocação de um reservatório de água no centro da cidade. A caixa d’água foi comprada da empresa escocesa Hanna Donald & Wilson, Makers, Abbey Works, em 1875. Em maio de 1875, começou a ser erguido no Largo da Caridade, hoje Praça Piratinino de Almeida.

Sobre o depósito da caixa d’água, um dos bens tombados de Pelotas no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), há um mirante, porém ele é inacessível à visitação pública. De acordo com a assessoria, o reservatório voltou a operar com a ETA São Gonçalo, dessa forma, só pessoas ou grupos autorizados podem visitar.

Fontes: Mercado Central de Pelotas, de Klécio Santos; 100 Imagens da Arquitetura Pelotense, de Rosa Maria Garcia Rolim Moura e Andrey Rosenthal Schlee; Pelotas Casarões contam a sua história e Guardiões da Memória, ambos de Zênia de Leon

Há 50 anos

Feira da Fraternidade é sucesso no Círculo Operário

Foi um sucesso a Feira da Fraternidade, ocorrida no Círculo Operário Pelotense, a última do ano. Estavam disponíveis ao consumidor desde acessórios como óculos de sombra até aparelhos de televisão, além de roupas e calçados, bijuterias, brinquedos e eletrodomésticos. 

O evento, que passou por um período esquecido, foi retomada pouco mais de um ano antes por um grupo de cursilhistas católicos. O valor das peças era “o preço do amor”, diziam, isto é, de acordo com as possibilidades financeiras do consumidor. Tantos ítens e com condições favoráveis de aquisição levaram muitos pelotenses a formarem filas ainda na madrugada véspera da abertura de cada edição. 

Fonte: Diário Popular/Acervo Bibliotheca Pública Pelotense

Há 100 anos

Cidadão tenta golpe contra o Banco do Comércio 

O jornal A Opinião Pública publicou que no sábado, 29 de novembro de 1924, um cidadão apresentou uma ordem de pagamento ao Banco do Comércio no valor de 120 contos, em favor de Augusto Rodrigues. O gerente da instituição bancária, Paulo Souza, conferiu as assinaturas e verificou que eram verdadeiras, porém a rasura do documento lhe pareceu suspeita. Souza, então pediu que Rodrigues provasse a idoneidade do documento. 

O requerente do valor foi embora prometendo voltar, porém não o fez mais. Mais tarde, Souza descobriu que um cidadão de outro nome, portando o mesmo documento, tentou sacar o valor em outra agência do Banco do Comércio em uma cidade vizinha, mas também não foi bem-sucedido. 

Para saber

Os bancários conquistaram o fim do trabalho aos sábados em 1969, ano em que foi instituído o 13º salário.

Fonte: A Opinião Pública/Acervo Bibliotheca Pública Pelotense

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