Com expectativa positiva de manter safra obtida em 2023, a cultura da pimenta em Turuçu encontra-se com 55% da área transplantada e, em algumas propriedades, as lavouras já estão na fase de frutificação. Os oito hectares plantados devem ficar com uma produtividade em torno de 120 toneladas.
São plantadas mais de 20 variedades de pimenta no município. “Hoje nós não temos uma área plantada muito grande em extensão, mas temos muita variedade produtiva”, explica a extensionista da Emater-RS, Janaina Rosa.
No início dos anos 2000, Turuçu era reconhecida como a capital da pimenta vermelha, com mais de 300 hectares plantados. “Começaram a ter muitas doenças, o mercado desfavoreceu o plantio e venda, obrigando os produtores a se reinventar”, relembra.
Apesar de não haver registros de intercorrências negativas nas lavouras, atualmente a maior preocupação dos produtores vem sendo o clima quente e úmido, propício ao desenvolvimento da antracnose. “O clima como estava na semana passada é que faz com que entre mais doenças nas lavouras. Nossa preocupação é que não se tenha muito antracnose, o que incomoda muito hoje em dia”, diz.
Agroindústrias
Com a perda de hectares de plantação, até então vendida apenas da forma desidratada, os produtores do município tiveram que procurar alternativas para manutenção da renda. A criação de sete agroindústrias, lideradas por mulheres, fez aumentar o portfólio de produtos comercializados com a pimenta. “Hoje, o município vende molho, azeite, pasta de pimenta, geléia com pimenta, conserva, morangada”, enumera Janaina.
Dentre os problemas enfrentados que resultaram na perda de hectares plantados, além da doença nas lavouras, estiveram baixa rentabilidade devido à alta concorrência com a pimenta produzida em outras regiões, assim como pela forma de desidratação feita ao livre, que reduzia a qualidade do produto final.
O município produz desde a pimenta menos picante, a bico doce, até a mais picante do mundo, que é a Carolina Reaper.