A Zona Sul do Estado já colheu cerca de 70% dos 14,6 mil hectares de plantação de trigo. Apesar das adversidades climáticas enfrentadas em 2024, a produtividade deverá ficar dentro do esperado, entre 2,4 mil e 2,6 mil quilos por hectare. Cerca de 3% das lavouras estão em fase de maturação e 27% já estão maduras e prontas para a colheita.
Em 2024, a safra apresentou um recuo de 53,4% em relação ao ano anterior. De acordo com o engenheiro agrônomo da Emater – RS, Evair Ehlert, a qualidade do trigo vem sendo considerada variável, com algumas lavouras correspondendo ao padrão.
As chuvas da última semana de novembro, conforme Ehlert, não atrapalharam a colheita. “Nas lavouras onde aconteceram precipitações com maiores volumes acumulados, ocorreu o impedimento momentâneo do avanço das colheitas”, informa.
De acordo com o produtor de trigo em Pinheiro Machado, Jocimar Bernart, a expectativa da safra de 2024 está abaixo do esperado. “Planto na fronteira faz quatro anos. Esse ano, em função das chuvas, a plantação sofreu muito com o fungo Gibberella”, explica. Entretanto, com 1,8 mil hectares de trigo plantados a safra de 2024 deverá ser melhor do que a de 2023.
Conforme o informativo Conjuntural da Emater, RS, os valores pagos aos produtores com trigo padrão e peso hectolitro acima de 78 está em média R$ 66 pelo saco de 60 kg.
Pelotas
Devido ao período intenso de chuvas e umidade, a área plantada de trigo em Pelotas vem diminuindo nos últimos anos. Atualmente, fica em torno de 120 hectares. Da mesma forma que 2023, 2024 a qualidade do trigo colhido não vem sendo boa. A previsão inicial de colheita de três mil quilos por hectare não deve se confirmar. A média deverá ficar em torno de 1,8 mil quilos por hectare.
Estado
O Informativo Conjuntural divulgado pela Emater/RS-Ascar apontou que 97% da área cultivada com trigo foi colhida na última semana de novembro no Rio Grande do Sul. A operação está praticamente concluída em grande parte do Estado, restando apenas lavouras em fase final de maturação fisiológica, localizadas principalmente nas regiões da Campanha, Sul e Campos de Cima da Serra. Essas áreas possuem características climáticas específicas que resultam em plantio e colheita tardios.
A produtividade e a qualidade dos grãos têm apresentado variações entre as regiões, o que pode impactar negativamente o rendimento estadual. No Noroeste, Planalto Médio, Centro e Metade Sul, os resultados ficaram aquém das expectativas iniciais devido às chuvas prolongadas, que dificultaram o manejo fitossanitário, favoreceram o surgimento de patógenos e interferiram no momento da colheita. Já a região Nordeste possui cenário mais favorável, com uma safra considerada bem-sucedida.