O Museu da História da Medicina (MUHM), em Porto Alegre, recebe hoje o lançamento do livro Uma casa chamada Leiga: os 60 anos da Medicina-UFPel. O evento acontecerá às 16h30min, com entrada gratuita. A obra é de autoria da professora Lorena Almeida Gill, coordenadora do Núcleo de Documentação Histórica Beatriz Loner (NDH), do Instituto de Ciências Humanas da UFPel.
O projeto nasceu durante a pandemia, quando começou a ser feito a salvaguarda de vários documentos históricos que estavam em uma sala precária no prédio da Leiga, conta a professora. “Passamos a digitalizar o material, que era muito rico e contava a trajetória de algumas pessoas que tinham um sonho, qual seja, fundar uma faculdade de Medicina em Pelotas”, relembra. Atualmente, os documentos estão disponíveis no site do centro de documentação do NDH (https://wp.ufpel.edu.br/acervosdocumentaisndh/faculdade-de-medicina/).
Na década de 50
Apesar da contagem de 60 anos, a história da Faculdade de Medicina surgiu a partir de 1953, durante debates em reuniões da Sociedade de Medicina de Pelotas, hoje denominada Associação Médica de Pelotas (AMP). A entidade, fundada em 7 de novembro de 1940, teve como primeiro presidente Franklin Olivé Leite, grande articulador de um curso universitário na área em Pelotas.
No ano seguinte a ideia toma conta da cidade e passa a ser discutida até pela Câmara de Vereadores e tinha o apoio da prefeitura. Ainda em 1954 era imaginada a instituição funcionando “junto ao prédio do antigo Instituto de Higiene”, conforme a obra. O sobrado do início do século 20, que tinha sido residência do empresário Carlos Ritter, e pertencia à prefeitura, foi doado em 30 de dezembro de 1955 à Instituição Pró-Ensino Superior no Sul do Estado (IPESSE), que tinha como função criar a faculdade de Medicina.
Duas turmas
Três anos depois a Faculdade Católica, liderada pelo bispo Dom Antônio Záttera, também começou a pleitear a criação do seu curso de graduação em Medicina. “Os debates sobre o tema Faculdade Católica versus Faculdade Leiga começaram a se intensificar a partir desse período, mas parece ser no ano de 1963, quando as duas turmas iniciam, que a disputa se acirrou”, relata Lorena Gill.
De acordo com a professora, as duas começaram a funcionar praticamente juntas. “O curso de Medicina vinculado à Universidade Católica f
oi anunciado, segundo um aluno da primeira turma, na noite de Natal de 1962. Já o curso laico foi divulgado desde o ano de 1959 e passou a funcionar a partir de março de 1963, como o da Católica.”
Dois atos
O ato de fundação da Faculdade Leiga de Medicina ocorreu na Bibliotheca Pública Pelotense, em 29 de novembro de 1959. A cerimônia foi presenciada pelo governador do Estado, Leonel Brizola, o reitor da UFRGS, Elyseu Paglioli, o prefeito municipal, Adolfo Fetter, Dom Antônio Zattera, Bispo diocesano, além de outras autoridades. E em 3 de abril de 1963 foi publicado o decreto de autorização de funcionamento, assinado pelo Presidente da República, João Goulart.
Há 50 anos
Servidata e UCPel instalam em Pelotas computador IBM de 3ª geração
O computador IBM/370, modelo 115, de terceira geração, instalado na Universidade Católica de Pelotas foi o primeiro deste modelo no Rio Grande do Sul e o segundo no Brasil. O moderníssimo equipamento chegou por meio de parceria entre a UCPel e a Servidata Processadora de Dados Ltda, presidida por Alvino Antonini.
Com o novo computador, a Servidata teria um acréscimo na capacidade de atendimento de 50%. Com isso, Antonini pretendia ampliar o quadro de funcionários e em seis meses ter 120 pessoas trabalhando na empresa. Naquele período a empresa processava dados para os municípios de Porto Alegre, Bagé, Pelotas, Uruguaiana, Passo Fundo, Sarandi, Alvorada, Tapejara, Taquara e Ijuí.
A Servidata, aberta em 13 de dezembro de 1960, ainda atendia empresas locais, a Cosulati e a própria UCPel. O investimento foi de aproximadamente um milhão de cruzeiros. Posteriormente a processadora foi comprada pela Datasys, que atuou em Pelotas até os anos de 1990.
Fonte: Diário Popular/Acervo Bibliotheca Pública Pelotense
Há 100 anos
Diários aniversariam em Rio Grande
O jornal A Opinião Pública registrou o aniversário, no dia 1º de dezembro, do jornal Rio Grande, órgão do partido republicano da comunidade rio-grandina. A direção era do advogado Edgar Gama.
No mesmo dia também celebrou mais um aniversário o matutino O Tempo, também de Rio Grande, dirigido pelo jornalista Alípio Cadaval, um dos mais longevos e importantes diários que circulou no município entre os anos de 1906 a 1960.