O projeto de loteamento em área hoje ocupada pela Associação Rural de Pelotas (ARP) põe em posições antagônicas a entidade, ao lado do atual governo, e o futuro governo de Fernando Marroni (PT). No ano passado, vereadores da oposição foram contrários à autorização e o caso foi à Justiça em meio à tramitação na Câmara.
Se há 65 anos, quando o local foi doado pelo Município, aquela região era “tudo mato”, hoje trata-se de um bairro nobre. É natural que o setor imobiliário tenha interesse em investir e que a Associação Rural veja uma boa oportunidade para se capitalizar e investir no parque em que a Expofeira é realizada.
Por outro lado, os críticos da iniciativa pontuam que a lei de 1959 impede que a entidade use a área para outros fins, e que, nesse caso, o terreno deveria retornar ao Município, de olho na construção de vias e de moradias populares.
Uma solução de consenso é difícil, mas precisa ser alcançada. Agora que o tema voltou à tona, a discussão é legítima, e os interessados precisam caminhar para uma alternativa que permita a urbanização e o desenvolvimento daquela região de maneira que seja sensível aos interesses coletivos do município.