É compreensível a indignação da comunidade escolar do Instituto de Menores Dom Antônio Zattera (Imdaz), que já fez dois protestos públicos reivindicando a renovação do convênio da escola com o município. No entanto, é preciso ressaltar que a administração, dessa vez, apesar de tomar a decisão impopular de não comprar vagas no ensino fundamental, faz a escolha certa. Tanto se cobra responsabilidade com as contas públicas e, enfim, isso está sendo feito em uma frente.
Se há disponibilidade de vagas na rede pública, não teria cabimento comprar outras vagas. Seria irresponsável com os cofres da cidade. É natural manter a parceria, mas não é possível manter apenas com verba pública uma instituição que não é pública, embora filantrópica e beneficente.
Os pais e responsáveis obviamente querem manter seus filhos em escolas com turno integral, ótimas atividades e suporte. Mas é preciso cobrar que haja isso na rede pública, e movimentos estratégicos deste e do próximo governo para que isso seja garantido. Além disso, o foco deve ser assegurar acesso pleno à rede básica, essa sim com déficit de vagas na rede pública e necessidade de compra junto às instituições privadas.
A situação abre portas para a importância de uma discussão madura sobre governos tomarem decisões impopulares, mas necessárias. Uma cidade cuja administração vive no aperto financeiro não se pode dar o luxo de gastar para não ser criticada. Há, ainda, outros pontos que precisam ser revistos para que o município consiga voltar a ter força financeira.
O próximo governo vai precisar fazer movimentos muito bem pensados para garantir isso, embora pareça ter uma certa ânsia por buscar popularidade, talvez pela vitória apertada nas urnas. As escolhas daqui para frente devem ser tomadas pensando na saúde financeira da cidade para que possa haver recursos para investimentos certeiros e estratégicos voltados à geração de emprego, renda e qualidade de vida.
