Uma prática que alia a preservação do meio ambiente com a geração de riqueza e que pode ser realizada de diversas formas na região sul. O potencial de produção do crédito de carbono foi tema do Conexão ACP, evento promovido pela Associação Comercial de Pelotas.
Com auditório lotado, o CEO e o sócio-diretor da Amazing Green Holding, empresa que atua na comercialização desse ativo, detalham como funciona esse mercado e as oportunidades da compensação dos gases de efeito estufa.
“O crédito de carbono é uma tonelada de carbono evitado. Ele vem tanto para a sustentabilidade das empresas quanto do mundo”, resume o CEO, Odair Vinicius Carrel. O ativo é adquirido a partir da não emissão de CO2 na atmosfera, por tanto, qualquer atividade que diminua o gás do efeito estufa, preservando o meio ambiente, é considerado produtor de crédito de carbono em algum nível.
Conforme detalhe o sócio diretor da Amazing Green Holding, Henrique Magno, a partir da identificação de que uma área tem o potencial de capturar os poluentes, tem que ser realizado um projeto para mensurar a quantidade de retenção dos gases e em quanto tempo a atividade de geração do crédito vai ser executada. “Tenho uma área que tem um alto risco de desmatamento e vou formular um projeto para preservar ela, eu quantifico quanto de carbono que essa área captura. E vou emitindo ativos ano a ano dessa produção”, explica.
A demanda
Recentemente, foi aprovada no Congresso a proposta que regulamenta o mercado de Crédito de Carbono no Brasil (PL 182/2024). O texto permite que empresas e países compensem suas emissões por meio da compra de créditos vinculados a iniciativas de preservação ambiental.
No entanto, a demanda por crédito de carbono já é uma realidade há anos no mercado internacional. Principalmente, na Europa, onde há países que já têm a regulamentação que obriga as empresas a compensarem a emissão de gases poluentes. “E com o mercado regulado [no Brasil] vai ter escassez desse crédito”, diz Odair Carrel.
O preço do crédito
O valor de um crédito de carbono varia de acordo com a rastreabilidade do ativo, quanto maiores os benefícios ambientais e sociais que a preservação leva a comunidade em que está localizada, maior o valor. Os empresários citam que atualmente, o preço chega a 70 euros no mercado regulado.