A direção do Instituto João Simões Lopes Neto entrega na noite desta quinta-feira (28) a mais três condecorados a comenda 300 Onças. A 17º edição destaca os nomes dos educadores: Gilnei Oleiro Corrêa, João Luis Pereira Ourique e Paulo Roberto Rodrigues da Costa. A honraria em forma de uma moeda dourada cunhada com a logomarca do prêmio relembra um dos contos mais famosos do escritor e patrono da entidade, publicado no livro Contos gauchescos (1912). A cerimônia, aberta ao público, ocorre às 19h30min, na sede da entidade, na rua Dom Pedro II, 810.
Desde 2005, a direção do Instituto reconhece a contribuição de pessoas, empresas ou entidades que contribuíram ou contribuem para a preservação da memória, além da divulgação do legado literário, de João Simões Lopes Neto. A atividade anual é a mais importante do IJSLN. A cerimônia de hoje eleva para 50 o número de laureados com a comenda que tem edição limitada a 300.
Segundo o presidente do IJSLN, Carlos Francisco Sica Diniz, os professores Gilnei Oleiro Corrêa, João Luis Pereira Ourique tiveram uma relevante contribuição literária e didática, sobre a obra de Simões. Por sua vez, o também professor Paulo Roberto Rodrigues da Costa, ao longo dos últimos 15 anos tem se dedicado à manutenção e conservação da casa sede do Instituto.
Incentivo e auxílio
Gilnei Oleiro Corrêa tem mestrado em Letras, é professor de Língua Portuguesa e Literatura no IFSul-Pelotas, onde há muitos anos trabalha em sala de aula com a literatura de Simões Lopes Neto. O educador também ajudou a fomentar a ideia da criação do Instituto.“Fiquei muito feliz com essa homenagem”, fala o professor que há mais de 20 anos também desenvolve ações para divulgar a obra de Simões, como as Jornadas Literárias Simonianas, realizadas no CTG do, então Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet-RS).
“A minha relação com a obra de Simões se dá mais no sentido de permanência e da sobrevivência da obra do que mesmo da pesquisa acadêmica”, conta. No final da década de 1990, Corrêa foi tocado por uma reflexão do professor Cláudio Cruz, da Universidade Federal de Santa Catarina, que disse: “Os pelotenses precisam tomar conta do Simões, senão os de fora vão fazer”.
Desde então, Corrêa buscou fomentar, especialmente, entre os seus alunos o gosto pela obra do regionalista pelotense, inserida, a pedido dele, no currículo escolar. “No Ensino Médio eu não li Simões. Existia essa lacuna entre o autor consagrado nacionalmente e o reconhecimento na sua comunidade”, relembra.
Professor aposentado do IFSul, Paulo Roberto Rodrigues da Costa é sócio do Instituto e integrante do Conselho Fiscal da entidade. Há mais de uma década tem se dedicado a fazer trabalhos voluntários pela casa. “Eu sou apaixonado por cultura, pela arte, pelo ensino e pela educação. A casa precisa de apoio, ela é um ponto importante para se desenvolver a cultura em Pelotas”, fala.
Destaque para a dramaturgia
O professor de Literatura na Universidade Federal de Pelotas (UFPel) João Luis Pereira Ourique é doutor em Letras e atua na pós-graduação. Ourique é autor do livro João Simões Lopes Neto – Teatro [século XIX], obra que fez em parceria com o professor Luís Rubira.
O pesquisador também coordenou o projeto de pesquisa A Literatura Dramática de João Simões Lopes Neto, no qual foram feitas a digitalização, transcrição e revisão das 14 peças de teatro de Simões.