Henrique Costa, 33 anos, é músico profissional multi-instrumentista e professor em uma escola de música do Rio Grande do Sul. Com uma trajetória que começou aos oito anos como estudante de canto e violino no Conservatório de Música de Pelotas, graduou-se Bacharel em Música pela UFPel em 2015 e especializou-se em Educação Musical e Musicoterapia pelo Ibra.
Já atuou como maestro e arranjador do Coral Municipal de Canguçu e tem como principais especialidades o canto, violão e guitarra. Além de sua atuação como educador, dedica-se às áreas de composição, produção fonográfica e performance de palco, enriquecendo sua carreira com uma visão ampla e criativa da música. Em alusão ao Dia do Músico, Henrique conta um pouco sobre o papel da música em sua vida.
Como a formação no Conservatório de Música de Pelotas influenciou sua trajetória e a escolha de seguir carreira na música?
Eu iniciei jovem nos projetos de extensão do CM, onde aprendi canto, violino, teoria e, principalmente, me musicalizei de forma sólida e completa. A primeira vez que subi ao palco foi em uma apresentação no salão Milton de Lemos, o que despertou em mim o encantamento não só pela arte e pela música, mas também por aquele lugar e aquele momento do fazer musical. Ali percebi que o palco era o lugar onde me sentia bem e onde queria estar. Nesse início, tive a oportunidade de me apresentar várias vezes, cantar em rádios, participar de musicais de Natal e vivenciar tantas outras experiências importantes que certamente me motivaram a querer viver de e na música. Costumo dizer que, depois que a gente “pega o vírus da música”, ele nunca mais nos larga. Mesmo tentando fugir ou fazer outra coisa, é somente na música e no palco que nos sentimos completos.
Quais desafios e recompensas você encontra ao ensinar música?
Ensinar música é gratificante e recompensador, pois, assim como a música norteou minha vida, vejo diariamente o quanto ela transforma a vida dos meus alunos. Sem romantizar a profissão, que já é naturalmente passional, é importante lembrar que se trata de um trabalho como qualquer outro, que deve garantir um salário justo e promove realização pessoal e profissional. Ainda assim, é inegável o poder social extraordinário da música em conectar e resgatar pessoas. Hoje, divido meu tempo entre aulas presenciais de música, principalmente canto, no centro musical O Batuta, em Pelotas, e minha agenda de shows, que por vezes é bastante corrida, seja com voz e violão ou banda. Também sou professor na Beethoven Academy, uma plataforma online que tem ajudado alunos de todo o Brasil a se desenvolverem e encontrarem felicidade através da música. A principal dificuldade para quem quer ingressar nesse campo é a inexistência de um ‘mercado’ definido. O músico precisa ser multifacetado, produzindo arte, cultura e conhecimento de forma relevante, mantendo-se ativo e gerindo seus próprios recursos. As boas oportunidades surgem para quem está preparado para elas.