O artista plástico pelotense Miguel Barros participou do primeiro Congresso Africano Brasileira, representando a Frente Negra Pelotense, no Recife em 1934. Barros (1913-2011) atuou no jornal A Alvorada e integrou o Clube Fica Ahí, teve seu trabalho nas artes reconhecido no centro do país, onde se estabeleceu. Porém seu legado é pouco conhecido em Pelotas.
O pai do artista, João Moreira Barros, era proprietário da fábrica de carimbos Sem Rival, que deu origem à gráfica que existe até hoje. Sua formação artística foi no Instituto de Belas Artes, onde foi aluno de João Fahrion e Leopoldo Gotuzzo.
A edição de 18 de novembro daquele ano destacava a viagem do jovem artista para o evento, seu idealismo e luta contra o preconceito racial, apenas 46 anos após a abolição. O redator, ressaltou ainda Barros como um exemplo aos mais jovens de quem buscava no saber a plena liberdade.
Personagem de série
Recentemente teve sua trajetória relembrada no segundo livro da série As aventuras de Lu, do escritor Jorge Braga. A história de Miguel Barros, dá sequencia ao projeto de Braga de contar a história de 20 personalidades negras de Pelotas, do século 20, em livros infantis.
O primeiro livro, que deu origem à série, é sobre Luciana de Araújo, fundadora do Instituto São Benedito. O próximo livro é sobre a escultora Judith Bacci. “A Judith foi muito discriminada por ser uma mulher negra e autodidata. Esses livros não eram para existir, eles acabam existindo por sonhos que se juntam”, comenta o escritor.
Segundo o autor, destes personagens, Miguel Barros é o mais apagado na história contemporânea do município. “Depois da Semana de Arte Moderna de 1922 tiveram três expoentes nas artes brasileiras, que mudaram a maneira de se pintar no país, uma dessas pessoas era o Miguel Barros, olha a relevância dele e o pelotense não conhece ele. Mas até hoje se estuda muito ele em Pernambuco”, fala Braga.
Fonte: A Alvorada/Acervo Bibliotheca Pública Pelotense
Há 20 anos
Concerto campestre chega ao circuito comercial de cinemas
Concerto campestre, do diretor Henrique de Freitas Lima, chegou ao circuito nacional de cinemas em novembro de 2004. A obra, realizada entre dezembro de 2001 e fevereiro de 2002, era ambientada na Pelotas do século 19 e teve as filmagens realizadas no município.
O drama foi estrelado pelo ator Antônio Abujamra, na pele do charqueador Eleutério Fontes, e pela atriz Samara Felippo, no papel de Clara Victória. O roteiro adaptou romance homônimo do escritor Luiz Antonio de Assis Brasil.
Amanhã, às 19h, no Castelo de Assis Brasil, em Pedras Altas, Freitas Lima volta a fazer um lançamento, desta vez é do documentário Pedras Altas e a Revolução de 1923, que integra a série televisiva Os Caudilhos, com produção da Cinematográfica Pampeana.
Fonte: Diário Popular/Acervo Bibliotheca Pública Pelotense
Há 50 anos
Tarifas dos táxis recebem aumento
As tarifas das viagens de táxi ficaram mais caras no mês de novembro. A bandeirada diurna que era de Cr$1,70 passou para Cr$1,80 e o quilômetro diurno passou de Cr$1,10 para Cr$1,20. Entre as boas notícias para os taxistas também estava a criação do Posto Regional de Pesos e Medidas, na rua Gonçalves Chaves, 408, que passou a fazer a atualização dos taxímetros, serviço antes feito somente em Porto Alegre. O que causava um problema na hora de legalizar ou atualizar o aparelho.
Fonte: Diário Popular/Acervo Bibliotheca Pública Pelotense
Há 100 anos
Uma quadra inteira da Sete de Abril vai a leilão
Uma quadra inteira foi leiloada na antiga rua Sete de Abril, atual Dom Pedro II. Estavam à venda dez casas de três aberturas cada uma, do número 702 ao 726, próprias para moradia, segundo o anúncio. Entre os prédios estavam também três armazéns, ocupados pela firma Portugal e Cia. As propriedades pertenciam a Jorge da Costa Leite.
A rua Dom Pedro II surgiu com o segundo loteamento urbano, quando foram projetadas 15 ruas transversais nos terrenos de dona Mariana Eufrásia da Silveira. Foi chamada de Fabiano Pinto, de acordo com o historiador Mario Osorio Magalhães: “Era usual…identificarem-se as ruas com um morador que, por qualquer motivo, fosse mais popular do que os vizinhos”, conforme o livro Os passeios da cidade antiga.
Posteriormente foi chamada de Sete de Abril, denominação que durou por quase um século, até 1932, quando passou a ter o atual nome. Os números 700 a 718, correspondem, atualmente, à quadra entre as ruas Gonçalves Chaves e Félix da Cunha.
Fonte: A Opinião Pública/Acervo Bibliotheca Pública Pelotense