Pelotas avança no Índice Municipal da Educação
Edição 19 de julho de 2024 Edição impressa

Quarta-Feira20 de Novembro de 2024

Ensino

Pelotas avança no Índice Municipal da Educação

Avaliação referente a 2023 aponta melhora no desempenho de aprendizado dos anos iniciais do Ensino Fundamental, mas queda nos anos finais

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Atualizado quarta-feira,
20 de Novembro de 2024 às 10:59

Pelotas avança no Índice Municipal da Educação
Resultado do Imers influencia o rateio de parcela do ICMS distribuído aos municípios. (Foto: Jô Folha)

O Índice Municipal da Educação do Rio Grande do Sul (Imers) demonstra que Pelotas teve um aumento de cinco pontos na avaliação com relação a 2022, com a nota passando de 43,33 para 48,15. O avanço é puxado pela melhora no desempenho do aprendizado dos anos iniciais do Ensino Fundamental. No entanto, os anos finais apresentaram queda significativa nos níveis de proficiência.

O Imers é construído a partir do desempenho dos estudantes das redes municipais de ensino nas provas do Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do RS (Saers), que nesta edição foram aplicadas em dezembro de 2023. O índice tem como base a análise das habilidades em Português e Matemática dos alunos do 2º ano, 5º ano e 9º ano do Ensino Fundamental, e leva em consideração também a taxa de aprovação dos estudantes.

O resultado do Imers influencia o rateio de parcela do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) distribuído aos municípios.

Evolução dos anos iniciais

Avaliada a alfabetização, os alunos do 2º ano apresentaram uma evolução de 6,16 no nível de aprendizado entre 2022 e o ano passado. Apesar de um pouco menor, o 5º ano, também considerado dentro dos anos iniciais, teve uma ascensão de 3,35 na prova.

Queda nos anos finais

Na contramão do início da vida escolar, os alunos dos anos finais do Ensino Fundamental apresentaram notas menores nas provas do Imers. Em comparação com 2022, o retrocesso foi de 2,9.

Impacto da pandemia

Para o professor da Faculdade de Educação da UFPel, Mauro Del Pino, a melhora no desempenho dos primeiros anos e a queda nos anos finais é influenciada por uma série de fatores, mas deve-se considerar, principalmente, as consequências da pandemia de Covid-19. “Uma vez que os jovens que foram avaliados são justamente os que sofreram as consequências daquele período”.

Para o especialista, o impacto da deficiência no aprendizado deverá ser sentido nas próximas etapas da educação. “Estão chegando ao final do fundamental com deficiências acumuladas que não foram consideradas pelas políticas públicas e corrigidas adequadamente”.

Da mesma forma, Del Pino destaca que a melhora no ensino com o retorno às aulas presenciais é evidenciada pelos primeiros anos, que não enfrentaram o período de isolamento social no período escolar.

Aprendizado básico

Com 48,15 de nota no Imers, o desempenho de Pelotas é considerado básico na escala de proficiência. Ou seja, a avaliação aponta que são necessárias estratégias de reforço para o aprendizado dos estudantes.

Professor da escola Almirante Raphael Brusque, na Colônia Z-3, e vice-presidente do Simp, Vilson Rebello considera que a evolução da educação no município só se dará, a longo prazo, por meio de três condições básicas que estariam em falta.

A primeira é a qualificação dos educadores e profissionais em geral das escolas, e a segunda seria a valorização da categoria. “Formação continuada dos profissionais da educação e valorização econômica dos professores”, diz.

Já a terceira e uma das mais urgentes necessidades é a qualificação da infraestrutura dos educandários. Só assim resultados de provas como o Imers podem ser debatidos a níveis pedagógicos. “Aí vamos chegar em métodos de ensino e levar isso para os estudantes perceberem esse conhecimento da melhor forma”.

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