Causou imediata reação, em especial entre os opositores, o anúncio da equipe de transição do prefeito eleito Fernando Marroni (PT) de que o futuro governo vai criar cinco novas secretarias, no final da semana passada. Num cenário de aperto nas contas e de um déficit projetado de R$ 191,7 milhões para 2025, é natural a preocupação com o aumento da máquina pública, no entanto, essa crítica precisa ser ponderada.
Primeiro, além da criação de cinco secretarias, foi anunciada a extinção de outras seis assessorias especiais com status de secretaria que, em tese, têm o mesmo peso que as demais pastas. Segundo, as secretarias que foram anunciadas ou se encaixam no programa de governo que foi aprovado nas urnas ou são necessárias. É o caso das secretarias das Mulheres e da Igualdade Racial, bandeiras importantes levantadas pela campanha petista, e das secretarias de Defesa Civil, Esportes e Comunicação.
No caso da pasta de Defesa Civil, é fundamental que exista um setor do governo dedicado ao trabalho integrado em momentos de crise. No atual governo, a prefeita Paula Mascarenhas (PSDB) conseguiu garantir a integração entre poder público e forças de segurança durante a enchente de maio.
O setor de Esportes também é importante, e numa cidade como Pelotas, com potencial em diversas modalidades esportivas e com vários projetos reconhecidos, a área não pode ficar relegada a um apêndice da secretaria de Educação, como é atualmente.
O que torna um governo inchado e gastador não é a quantidade de secretarias que tem, é a ineficiência. De nada adiantaria reduzir o número de secretarias prejudicando o atendimento à população e políticas públicas importantes.
Ao governo Marroni, o benefício da dúvida. As novas secretarias servirão para atender às necessidades da comunidade ou para criar cabides de emprego? A partir de 1º de janeiro, os pelotenses terão condições de observar a atuação do governo e tirar as conclusões por conta própria. Torcemos para que dê bons resultados.