O A Alvorada destaca inauguração da sede própria do Fica Ahí
Edição 19 de julho de 2024 Edição impressa

Terça-Feira21 de Janeiro de 2025

Opinião

Ana Cláudia Dias

Ana Cláudia Dias

Coluna Memórias

O A Alvorada destaca inauguração da sede própria do Fica Ahí

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Atualizado terça-feira,
19 de Novembro de 2024 às 11:31

O jornal A Alvorada noticiou a inauguração da sede própria do Clube Cultural Fica Ahí pra Ir Dizendo. O evento, ocorrido em 13 de fevereiro de 1954, marcou uma virada na condição da entidade, que começou como uma agremiação carnavalesca em 1921. “Por destinar-se a servir também como templo do saber”, afirmou o redator. 

Na época, a parte térrea do prédio abrigou uma escola municipal de ensino primário para crianças e alfabetização de adultos, além de oferecer cursos de corte e costura e datilografia. A iniciativa foi saudada e reverenciada pelo semanário criado em 1907, 19 anos após a abolição da escravatura.

Imprensa negra

O jornal circulou em Pelotas e região até 13 de março de 1965, tornando-se o mais longevo periódico da imprensa negra brasileira. Foi fundado por trabalhadores, na sua maioria de origem afro-brasileira, para ser um veículo de informação, defesa e protesto da comunidade negra e da classe operária pelotense. 

Suas páginas registraram diferentes trajetórias de líderes operários e intelectuais negros pelotenses. Teve como redatores e articulistas os irmãos Juvenal e Durval Penny, Rodolfo Xavier e Antonio Baobad, além de Armando Vargas, Dario Nunes, Carlos Torres, Ivo Porto, Humberto de Freitas e Miguel Barros. Alguns deles usavam nomes fictícios, como Zumbi dos Palmares, Pardo Otrebla, Crioulo Leugim, Moço Negro, Tribuno Montanha, Negro Velho e tantos outros. 

O anonimato dava a chance dos redatores reivindicarem melhores condições de trabalho e salários para os operários negros, levantando bandeiras pelo tratamento igualitário. Era considerado órgão de representação política da Frente Negra Pelotense, movimento que buscava a educação da comunidade negra, na década de 1930. 

Fonte: A Alvorada/Acervo Bibliotheca Pública Pelotense; Dicionário de História de Pelotas, organizado por Beatriz Ana Loner, Lorena Gill e Mario Osorio Magalhães

Há 50 anos

Integrantes da banda da ETFPel são suspensos por cinco dias

A banda marcial da Escola Técnica Federal de Pelotas (ETFPel) teve 70% de seus componentes suspensos por cinco dias das atividades escolares. Os estudantes foram punidos por não comparecerem a uma festividade na Colônia Triunfo, no interior do município, onde haveria uma apresentação.

Os jovens protestaram, pois poderiam até perder o ano, por causa da suspensão bem próxima ao fim do ano letivo. Eles alegavam que não tinham sido avisados e que alguns nem estavam na cidade, pois teriam viajado no feriado.

O vice-diretor, professor João Augusto de Morais, disse que os alunos/instrumentistas tinham sido avisados da apresentação da banda no domingo.  

Fonte: Diário Popular/Acervo Bibliotheca Pública Pelotense. As apresentações da banda marcial da Escola eram muito valorizadas pela comunidade pela qualidade dos seus instrumentistas, que ao longo dos anos conquistou dezenas de prêmios nacionais, estaduais e até sul-americanos. 

Há 100 anos

Decreto impede que se solte fogos e bombas sem licença

Depois de muitas reclamações e acusações de abusos por parte de pessoas da comunidade, a intendência publicou decreto proibindo que se atirasse bombas ou fogos de artifício, entre outros artefatos semelhantes, sem a devida licença.

O edital foi assinado pelo capitão F. Arnolo Sequeira, sub-intendente do 1º Distrito.

Os infratores estariam sujeitos às penalidades da lei.

Fonte: A Opinião Pública/Acervo Bibliotheca Pública Pelotense

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