Levados pelos familiares ou pelas escolas, o público infantil está entre os visitantes que mais têm lotado a Feira do Livro de Pelotas. Por dia, há ao menos seis visitas escolares com turmas recheadas de crianças curiosas para folhear e descobrir o mundo encantado dos livros. Com isso, para acolher os pequenos leitores, diariamente há diversas atividades no evento como oficinas e contação de histórias na Alameda das Crianças e na Tenda Cultural entre às 14h e 21h.
Entretidos entre tantas opções de livros com ilustrações coloridas e com as mais variadas temáticas infanto-juvenis, não é preciso andar muito pela Feira do Livro para observar o interesse das crianças nas prateleiras. A diversidade de títulos é um dos principais fatores que prendem a atenção deles. Dos clássicos infantis aos mangás e quadrinhos não faltam opções para o pequeno público curioso pelas páginas físicas.
Participando da visita escolar ao evento, Heitor Fanka, 11 anos, conta que após ter dificuldades em português, ele começou a ler para melhorar as notas na disciplina e não parou mais. “Eu estou começando a ter esse hábito, estou começando a comprar livros para ler”. Mesmo em busca de títulos específicos sobre mitologia grega e nórdica, ele conta que se perde em meio a tantos livros. “Estou achando muito legal porque ela [a feira] incentiva as pessoas a lerem porque tem uma diversidade de assuntos e de livros que a gente pode encontrar para todos os gostos”.
Professora da turma de Heitor, Daiane de Souza conta que a visita à feira é apenas uma parte de uma série de atividades que a escola adota para incentivar as crianças a praticar a leitura. “A gente faz trabalhos didáticos que eles têm que pesquisar em livros, não só na internet, para que eles tenham o gosto pela literatura”, explica.
Para Daiane, ter a feira do livro na cidade é uma oportunidade de imersão para eles entre os inúmeros títulos disponíveis. “Essa turma é muito legal porque eles já têm um gosto por livros, são pequenos grandes leitores, eles gostam muito de mangás”. “E história em quadrinhos”, acrescenta um aluno.
Leitura como ferramenta para dificuldades
Agarrada em um livro do youtuber Luccas Neto, Alana Gonçalves, 10 anos, não escondia a satisfação de finalmente ter encontrado o que queria. “Vou ler bem rapidinho”, diz empolgada. A pequena visitava a Feira com a mãe, que busca incentivar a menina a trocar um pouco o celular pela leitura, principalmente diante dos desafios do diagnóstico de TDAH.
“Ela tem dificuldade ainda de leitura por causa do TDAH, mas mesmo assim ela lê. Quanto mais ela lê, mais ela fica melhor e compreende as coisas”, diz Adriane Botelho. Mesmo sem muito tempo disponível na rotina para ler, a mãe conta que pelo menos diariamente lê parte da bíblia para fazer o devocional e espera que o exemplo incentive a filha. “Atividade com leitura é muito mais construtiva”.
A movimentação infantil
Até o momento, a Feira recebeu 35 visitas escolares de instituições municipais, organizadas pela Secretaria de Educação (Smed) e com o apoio da Kopereck Turismo. Nos próximos dias, mais oito escolas municipais estão agendadas para visitar a feira. Além dessas, diversas instituições estaduais e particulares também têm marcado presença no evento.
Uma das escolas privadas de Pelotas levou os alunos da 5ª série, com idades entre 10 e 12 anos, na feira na tarde de ontem.
Como co-realizador cultural, o SESC Pelotas trouxe a presença de nove escritores, com apresentações voltadas para todos os públicos, incluindo algumas especialmente dedicadas às crianças, como as de Rosana Castro, Marco Araújo e Gabriel Manetti. A programação da Feira se estende ainda à Alameda das Crianças, onde, diariamente, a Biblioteca Pelotense organiza atividades entre 14h e 21h, oferecendo oficinas, desenhos e contação de histórias conduzidas pelas Ninfas.