O primeiro de muitos eventos que virão pela frente, se depender dos organizadores, participantes, artistas e público do Dunas Graffiti Festival. O evento reuniu centenas de apaixonados pela cultura e arte urbana da periferia através da grafitagem, da dança de rua e do rap.
O final de semana na Quadra Esportiva do Comitê de Desenvolvimento do Dunas (CDD), mostrou o que há de mais raiz da comunidade para espectadores de todas as idades. O bom tempo abraçou o público em torno das arquibancadas e do centro da quadra para dançar, cantar, expor suas artes ou simplesmente trocar experiências.
Quem comemora é o coordenador da CDD e organizador do evento que está vendo o espaço público todo revitalizado com obras de grafiteiros de diferentes pontos do país. “Não esperava essa repercussão. Foram 210 inscritos de 17 estados e seis países. Então receber essas pessoas com toda a trajetória periférica na nossa comunidade é muito importante”, diz Luan Cunha Botelho.
Ele destaca que o Dunas sempre foi referência cultural da arte urbana e agora ganha mais espaço e visibilidade. Um exemplo é a cria da casa, o DJ L300, Leonardo Soares Gonçalves, que vai participar de um evento em Porto Alegre, mostrando o hip-hop local. “Esse evento representa que é possível fazer e ter cultura em todos os bairros. Isso está sendo muito representativo para o Dunas”, celebra.
Entre os grafiteiros de outras cidades, Brandy Melissa, artista plástica, pintora e muralista de São Paulo capital fez questão de comparecer, mesmo ficando horas em um ônibus. Ela começou a carreira pela influência da Street Art na sua região, criada no Capão Redondo, por meio de artistas e grupos artísticos de sua comunidade como a Galeria Maloka, Reflexo Inexorável do artista Guilherme Oliveira. Sua arte flerta com o surrealismo, abstracionismo e os ismos de Melissa na esfera da arte contemporânea. “É uma satisfação ser reconhecida fora do seu estado através da arte que faz parte da comunidade. E para as crianças, é fundamental, pois estão envolvidas em seu ambiente e isso muda a vida das pessoas que moram aqui”.
Artistas que inspiram
Para ver Melissa e outros graffiteiros que a estudante de Design Gráfico do IFSul, Mariana Luz, 18, foi prestigiar o evento. “Quero seguir na área das artes visuais e este lugar é rico em repertório. Isso é muito bom para a arte e para Pelotas. Espero que seja [evento] reconhecido”, salienta.
Do total de inscritos, 15 foram selecionados. O projeto foi realizado através do Edital da Secretaria Estadual de Cultura (Sedac) na categoria: festivais, mostras e circulação. Cada artista selecionado recebeu um prêmio de R$ 1 mil, além de 15 latas de spray para realizar seu trabalho em um mural de cinco metros de largura por 1,7 metro de altura. Já no palco foram 20 apresentações artísticas, incluindo quatro performances de dança, seis DJs, e dez grupos de rap.