Encerrada mais uma etapa do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), a expectativa agora é pelo gabarito e a garantia de ingressar em uma universidade pública, ou mesmo dependendo da nota, conseguir financiamentos ou descontos nas universidades privadas.
Na Zona Sul do Estado foram mais de 35 mil inscritos, dos mais de 4,3 milhões no Brasil, porém com uma abstenção elevada de 26,6% no país. De acordo com o Inep, a divulgação do gabarito das provas será dia 20 de novembro. Já o resultado final só será no ano que vem, dia 13 de janeiro.
Quem compareceu às provas de ontem encarou 90 questões – 45 de múltipla escolha de Matemática e mais 45 de Ciências da Natureza, que envolvem os conteúdos de Química, Física e Biologia. Em Pelotas, foram mais de 17 mil candidatos, sem contar as abstenções, em busca de uma vaga na universidade, principalmente na UFPel. As opiniões sobre as questões oscilaram. Diferentemente do ano passado, o segundo dia de exame foi de bastante interpretação, incluído até charge, que geralmente ocorre mais em Ciências Humanas.
Nessa etapa, a prova teve a duração de cinco horas. Com os portões fechando às 13h, teve candidato correndo para não perder o horário no Campus Anglo da UFPel, com direito a encenação de avião aterrizando na pista, no último segundo para garantir um lugar na prova que teve início meia hora depois. Para deixar os locais de prova, só quem completasse duas horas, ou seja, a saída do prédio só poderia ser depois das 15h30min. Quem esperou mais meia hora conseguiu levar a prova para casa. E agora aguarda pelo gabarito, fazendo conta de cabeça, já que não é uma simples soma de pontos, mas o quanto ele representa na nota final.
Opiniões variadas
Marcelo Mendes Schaun, 18, tenta uma vaga no curso de Engenharia Elétrica, o que pode ter garantido uma boa pontuação na segunda prova, por dominar a Matemática e a Física. No entanto, Química pesou um pouco. “O que eu não esperava era uma charge nessa [prova]. Na primeira não caiu. A de exatas teve bastante questões interpretativas”, disse o jovem ao admitir que nas questões de línguas não foi muito bem. Para o estudante da IFSul, se não for dessa vez o ingresso no nível Superior, ele vai tentar trabalhar como técnico em Elétrica, que é sua área e dar tempo ao tempo.
Luana Silveira Vitaca, 21, tenta pela segunda vez ingressar na Federal, mesmo sem ter decidido o que fazer, pois estuda Química no IFSul, e precisa encontrar algo que se assemelhe ao seu gosto e horários, para conciliar. A jovem que sempre estudou em escola pública considerou a prova deste domingo bem difícil, exceto a sua área de domínio, ou seja, Química. “Eu achei as provas bem mais difíceis comparado a que fiz no ano passado. Mas agora é aguardar o gabarito”, disse tranquila.
Reaplicação
A partir desta segunda-feira, quem não conseguiu comparecer à prova, deve pedir a reaplicação na Página do Participante. A situação se enquadra somente nos casos dos candidatos que faltaram por problemas logísticos ou doenças infectocontagiosas no primeiro ou segundo dia de provas. Eles podem solicitar para fazer as provas nos dias 10 e 11 de dezembro, até às 23h59min de 15 de novembro na Página do Participante.
Acesso ao ensino superior
Instituído em 1998, o Exame Nacional do Ensino Médio avalia o desempenho escolar dos estudantes ao término do ensino médio. Os participantes que ainda não concluíram o ensino médio podem participar como treineiros, e os resultados obtidos no exame servem somente para autoavaliação de conhecimentos.
As notas do Enem podem ser usadas em processos seletivos coordenados pelo Ministério da Educação, como Sistema de Seleção Unificada (Sisu), o Programa Universidade para Todos (ProUni) e o Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies) do governo federal.
O desempenho no Enem também é considerado para ingresso em instituições de educação superior de Portugal que têm acordo com o Inep. Os acordos garantem acesso facilitado às notas dos estudantes brasileiros interessados em cursar a educação superior naquele país.