Em 9 de novembro de 1919 a comunidade Xavante celebrou o primeiro título do Grêmio Esportivo Brasil, na primeira edição do Campeonato Gaúcho, realizado pela Federação Riograndense de Desportos. O jogo foi contra o Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense e a partida terminou com uma goleada do time pelotense de 5 a 1. O grupo, formado por Frank, Nunes e Ari Xavier, Floriano, Pedro e Babá, Farias, Ignácio, Proença, Alberto e Alvariza fez história ao superar a favorita equipe da capital e se tornar o primeiro campeão do Estado.
A partida foi realizada no domingo no ground dos Moinhos de Ventos, primeiro estádio do Grêmio. O “estádio” ficava no cruzamento da avenida Goethe com a rua Mostardeiro, próximo ao Parcão. O confronto aconteceu entre o campeão da Liga Pelotense daquele ano e o campeão da Associação Porto Alegrense de Desportos.
“Os primeiros estaduais eram formados por campeões de regiões. Neste ano o Brasil foi campeão da cidade e o Grêmio, de Porto Alegre, outras regiões não quiseram participar. Então o Estadual foi direto Grêmio x Brasil”, explica o pesquisador Juliano Freitas, que ajudou na elaboração do livro do centenário do Xavante.
Pela equipe do Grêmio jogaram Pinto, Ary, Assumpção, Dorival, Chiquinho, Gertum, Lagarto, Máximo, Bruno e Levi. O primeiro tempo terminou com dois gols a favor do tipo de Pelotas, que ainda teve um gol de Faria anulado, contra um. Os outros três saíram na segunda etapa.
Tricampeonato no citadino
O primeiro Estadual deveria ter ocorrido em 1918, porém a pandemia da Gripe Espanhola impediu. “Era um time interessante, foi campeão da cidade em 17, 18 e 19” , relembra Freitas. Em 1920, o Brasil de Pelotas participou do primeiro campeonato brasileiro, um torneio com alguns campeões estaduais de 19, realizado no Rio de Janeiro. “No estádio do Fluminense, o primeiro a ter uma estrutura de concreto e grandes arquibancadas”, comenta.
Disciplina e segurança
Recentemente Freitas teve acesso à imagens da partida contra o Grêmio. As fotos foram publicadas pela revista Máscara daquele ano. A publicação está na biblioteca da PUC em Porto Alegre. Segundo Freitas, há cerca de quatro anos o pesquisador Douglas Rambor descobriu as imagens inéditas da final em Porto Alegre.
Além das imagens, a Máscara traz um texto com relato do acontecimento. “O evento despertado por essa prova máxima do ano era enorme”, escreveu o redator. A publicação ainda elogia o Brasil: “Revelou…além de um treino rigoroso, uma disciplina e uma segurança de combinação que nunca se poderá esperar dos nossos times sempre mutáveis em que jogadores se substituem constantemente…”.
Fontes: Revista Máscara; site https://www.gebrasil.com.br/historia/
Há 100 anos
Pelotas recebe os chocolates Bhering
Foi a empresa de representações J.Litran & Cia quem trouxe em novembro de 1924 uma amostra dos chocolates da Bhering & Cia. “Trata-se de um novo produto chamado Tablettes Losangos, fabricado com chocolate nacional e leite”, divulgou o jornal A Opinião Pública.
A carioca Bhering, criada em 1880, foi a primeira fábrica de chocolate e café moído do Brasil, na região Portuária do Rio de Janeiro. O auge da produção ocorreu entre as décadas de 1940 e 1950, quando chegou a ter 800 funcionários. Entre os seus produtos estavam as balas Toffe e o chocolate Refeição, além do Café Globo. Em 1995, a fabricação dos produtos foi terceirizada e levada a Minas Gerais. Depois de muitos imbróglios, o prédio da fábrica, com seis andares e dez mil metros quadrados, acolhe hoje um centro cultural, que abriga iniciativas de mais de 100 artistas.
Fontes: A Opinião Pública/Acervo Bibliotheca Pública Pelotense; Ministério da Cultura; Colégio Notarial do Brasil (https://cnbrj.org.br/)
Há 50 anos
Plantas da praça recebem identificação científica
A Secretaria Municipal de Serviços Urbanos anunciou que todas as plantas da praça Coronel Pedro Osório receberiam placas com as suas respectivas denominações científicas. O estudo seria feito por botânicos da Universidade Federal de Pelotas.
No Centro Histórico do município a praça, com mais de 20 mil metros quadrados e cerca de 140 espécies de plantas nativas e exóticas, está incluída entre os bens tombados pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Histórico Nacional (Iphan).
Fonte: Diário Popular/Acervo Bibliotheca Pública Pelotense