Livreiros buscam independência do poder público
Edição 19 de julho de 2024 Edição impressa

Terça-Feira12 de Novembro de 2024

Opinião

Ana Cláudia Dias

Ana Cláudia Dias

Coluna Memórias

Livreiros buscam independência do poder público

Por

Iniciativa de livreiros locais, a Feira do Livro de Pelotas, criada em 1960, contou desde as primeiras edições com diferentes parceiros para ser realizada. Depois de um hiato de 14 anos foi graças ao Poder público municipal que o evento voltou para ficar. Em 24 de março de 1997 foi oficialmente fundada a Câmara Pelotense do Livro com o objetivo de dar aos livreiros o poder de realização do evento. A entidade foi espelhada na Câmara Rio-Grandense do Livro (CRL), que organiza o evento porto-alegrense desde a década de 1960.

A ideia de fundar uma Câmara do Livro em Pelotas foi para dar autonomia aos livreiros locais. O jornalista José Henrique Pires, secretário-executivo do  Escritório de Representação do Rio Grande do Sul em Brasília, foi um incentivador dessa nova fase da Feira.

Integrando dois governos municipais, Pires participou de diferentes edições da Feira do Livro. Em 1987 foi a primeira experiência. A convite do prefeito, Zé Maria Carvalho da Silva, assumiu a presidência da Fundação de Cultura, Lazer e Turismo de Pelotas (Fundapel), que, pelo modelo da época, reunia três secretarias: Cultura, Esporte e Turismo.

Naquele ano coordenou a Feira do Livro junto com o Professor Joaquim Pinho (que era o Diretor de Cultura da Fundação) e a jornalista Maria Clara Pinho. “Nesse período, a Prefeitura era a dona de quase todas as barracas e havia muita dependência dos livreiros, que não eram organizados como segmento. Aprendi bastante”, relembra.

Os mesmos problemas

Na década de 1990 foi criada a Integrasul, no governo do prefeito Irajá Rodrigues. O jornalista foi convidado para ser Diretor de Cultura e coube a ele a organização da Feira do Livro, novamente. “No primeiro ano daquele governo e no segundo, percebi que permaneciam os mesmos problemas antigos e, terminada minha coordenação desta segunda Feira (em 1996) pela Integrasul, procurei o Candinho Macedo, que atuava na Livraria Mundial e propus a criação de uma Câmara Pelotense do Livro, em exemplo da existente em Porto Alegre, cujo modelo era bastante adequado para aqueles tempos”, conta.

Candinho Macedo comprou a ideia, convocou uma reunião na sede da Câmara de Dirigentes Lojistas e na noite marcada, após a apresentação do projeto, os livreiros perceberam que a iniciativa daria bastante independência a eles, além da possibilidade de profissionalizar o evento que era cultural, mas também um importante momento de negócios para o setor. 

“No mesmo dia elegeram um presidente, que foi o Enio Fernandes, que tinha uma livraria na Félix da Cunha numa loja na sequência do atual Museu Carlos Ritter”, acrescenta o jornalista. A Feira do Livro do ano seguinte foi coordenada em conjunto e segundo Pires, a transição foi tranquila. “Fui muito feliz ao fazer aquela transição e vibro a cada edição da nossa feira do livro, que está cada vez melhor”, fala Henrique Pires.

Busca por alternativas

Presente na Feira do Livro desde 1987, o empresário Gelso Lovatel, da Livraria Vanguarda, foi um dos fundadores da entidade e hoje é o único dos antigos livreiros que permanece com a Câmara.   ele veio para a Pelotas, na década de 90 foi criada a câmara só em Pelotas e Porto Alegre 

O empresário diz que naquele momento foi o melhor a ser feito, porém hoje ele, que já foi presidente da Feira do Livro, diz que a situação mudou. “Hoje está bem difícil”, diz Gelso, que acha muito complicado manter a realização da forma que está. “Então estamos atrás de alternativas. A gente vai ter que buscar mais parcerias para a realização da Feira não ficar só com a Câmara”, avalia. Atualmente a entidade conta com 10 livreiros.

Há 100 anos

Companhia Velasco estreia sucesso temporada no Theatro Guarany

Os apreciadores das artes em Pelotas lotaram o Theatro Guarany para a estreia da nova temporada da companhia espanhola Velasco. A peça de estreia, no dia 8 de novembro de 1924, foi Arco Íris, um musical com 13 cenas, com cenografia, iluminação e figurino, muito elogiados pela crítica.

Na imprensa local o destaque era a voz da atriz e cantora Rosita Rodrigo, “dona de uma voz fresca e intensa, que lhe valeu fartos aplausos”, descreveu o crítico do jornal A Opinião Pública. As execuções do maestro Julian Benlloch e do músico Antonio Moreno (xilofone) também foram muito apreciadas.

A companhia tinha passado por capitais como São Paulo e Porto Alegre, sempre com sucesso. A vinda em Pelotas foi cercada de grande expectativa, pela famosa qualidade dos espetáculos. 

Da Espanha para o Brasil

A Companhia de Revistas Velasco foi criada pelos irmãos Eulógio e Francisco Velasco. Eulógio “teria sido um dos empresários teatrais responsáveis por promover esta mudança na cena revisteira de Madri”, destaca o artigo A Companhia de Revistas Velasco e o lugar da mulher em cena, da doutora Renata Cardoso da Silva. Por volta de 1904, os Velasco iniciaram carreira na região do Levante Espanhol, zona da Comunidade Valenciana.

Na década de 1910 a companhia obteve sucesso também nas Américas do Norte e do Sul, especialmente nos Estados Unidos, Cuba e Argentina. Após a morte de Francisco, em 1921, Eulógio seguiu com a trupe espanhola, que esteve no Brasil em 1923, 1924, 1925 e 1928. O trabalho desenvolvido, segundo a pesquisadora, influenciou a modernização do teatro de revistas também no Brasil, especialmente na cenografia. 

Fonte: A Opinião Pública/Acervo Bibliotheca Pública Pelotense

Há 50 anos

Operação Piratini leva oficiais e soldados ao interior de Pedras Altas

O general Antônio Hamilton Mourão, comandante da 6ª Divisão do Exército e seu Estado Maior, além de oficiais superiores representando o Comando do 3º Exército, estiveram na Zona Sul do Estado acompanhando o desenrolar da Operação Piratini. Foram realizados reconhecimentos e planejamentos de quadro na região de Pedras Altas, constaram entre os exercícios de campo: tiro real de artilharia, morteiro e armas automáticas. As manobras da 8ª Brigada de Infantaria Motorizada foram encerradas no dia 2 de novembro de 1974.

Filho de general

Natural do Amazonas, Mourão é pai do também general gaúcho Antônio Hamilton Martins Mourão. Atualmente senador pelo Rio Grande do Sul, Martins Mourão foi  o 25.º vice-presidente do Brasil, exercendo o mandato de 1.º de janeiro de 2019 a 1.º de janeiro de 2023, ao lado do político e ex-militar Jair Bolsonaro, como presidente. 

Fonte: Diário Popular/Acervo Bibliotheca Pública Pelotense

Acompanhe
nossas
redes sociais