O vereador Jurandir Silva (PSOL), um dos representantes do prefeito eleito Fernando Marroni (PT) na comissão de transição, afirma que o momento é de fazer um “raio X” da administração antes da definição de secretarias. “Acho que nunca na história tivemos uma transição desse tipo, e nos últimos anos isso é uma novidade absoluta. Esse processo é fundamental para que a gente consiga ter uma transição democrática, da forma como tem que ser, para que nada pare na cidade”, avalia.
Jurandir afirma que ainda não há nenhuma definição de nomes para ocupar as secretarias do futuro governo e que essa discussão será feita junto com os partidos aliados após uma análise da estrutura administrativa da prefeitura. “Não tem nenhum cargo definido a partir de 1º de janeiro a não ser os eleitos, Fernando Marroni e Daniela Brizolara. Todo o conjunto de secretariado, primeiro escalão, segundo escalão, passa por esse diagnóstico da transição e pela definição de qual estrutura administrativa que precisamos ter para responder aos problemas que temos na cidade”, explica.
O vereador destaca que o governo será organizado buscando diversidade racial e de gênero. “Temos um compromisso ético profundo de relações democráticas em todas as secretarias. Não existe nenhuma possibilidade da gente ter um fatiamento de secretarias e porteiras fechadas para partidos A, B, C ou D. Isso não está em discussão”, pontua. “Nós teremos um governo que vai funcionar enquanto o governo, nós não teremos mini prefeituras nas secretarias, temos um governo que vai ter critérios”.
A ideia é que, até o final deste mês, haja uma lista de possíveis nomes para o primeiro escalão para que sejam decididos por Marroni e a vice Daniela Brizolara (PSOL). “Isso vai ser desenvolvido em um processo muito democrático amplamente discutido com os partidos sem nenhum tipo de negociação prévia de cargos”, diz. A perspectiva é de que os futuros secretários se integrem às pastas ainda em dezembro, fazendo uma transição interna com os atuais secretários.
A equipe do futuro governo listou cerca de 20 servidores de carreira para solicitar que sejam liberados para colaborar com a transição. “Já queremos que os servidores públicos sejam ouvidos neste momento porque são pessoas que estão nas secretarias e conhecem a prefeitura profundamente”, diz. “É um trabalho essencialmente técnico e contar com a ajuda desses trabalhadores será essencial”.
Dois tópicos que serão analisados com aprofundamento durante a transição são os contratos de zeladoria da cidade e a transição para o novo Hospital Regional de Pronto Socorro, que deve ser concluído nos próximos meses, o que inclui o atual contrato do Pronto Socorro com o Hospital Universitário São Francisco de Paula (HUSFP).
Relação com o Legislativo
Na câmara de vereadores, o futuro governo ainda não possui maioria em sua base de apoio. Jurandir, reeleito para seu segundo mandato, acredita que o governo Marroni conseguirá formar uma maioria no Legislativo. “Teremos uma definição boa disso para as próximas semanas, chegando lá com plena capacidade de governar, contemplando os critérios da democracia, da harmonia e da independência entre os poderes”.
Quanto à eleição da mesa diretora da câmara, Jurandir afirma que ainda não há nenhuma definição dos partidos da base de Marroni. “Temos confiança de que vamos ter uma situação de boas conversas, de boas mediações, para tudo funcionar bem, respeitando a independência dos poderes e a sua necessária relação”, diz.