Um dia destinado para a troca de experiências, apresentação de novas tecnologias e estratégias de mercado marcaram a primeira edição do Sindustec, evento promovido pelo Sinduscon de Pelotas. Palestrantes reconhecidos nacionalmente estiveram no palco do Auditório da Sicredi para compartilhar outras formas de repensar sistemas e métodos construtivos.
Na primeira palestra do evento, a utilização da tecnologia do steel framing (sistema construtivo que utiliza o aço galvanizado como principal elemento estrutural) apontou algumas alternativas aos participantes para driblar escassez de mão de obra e de matérias primas convencionais.
Após, Felipe Melnick, diretor comercial da Construtora Melnick, apresentou cases de sucesso sobre qualificação de espaços de convivência e experiências de engajamento urbano. Na avaliação do presidente do Sinduscon, Marcos Fontoura, a palestra demonstrou cases que deram certo em Porto Alegre e que também podem dar certo em Pelotas.
“Aproveitei para provocar nossos construtores a também criar um movimento parecido ao de Porto Alegre. Ao invés de ficar esperando o poder público transformar a nossa cidade, porque nós mesmos não a transformamos?”, compartilhou.
Também tiveram espaço no evento a apresentação de softwares de gestão de processos. “Trouxemos a tecnologia aplicada à prática do BIM, um conjunto de sistemas que permite construir digitalmente a obra e adiantar todas as interferências que o projeto pode ter antes de começar de fato a construção”, explica. Apesar da ferramenta não ser nova, ainda é pouco utilizada em sua máxima potencialidade.
Mapeamento do setor
Considerado um dos pontos altos do evento, foi a apresentação dos primeiros dados da pesquisa sobre o mercado, executada pela Brain Inteligência Estratégica e contratada pelo sindicato pelo próximo ano. Conforme Fontoura, a partir de agora, construtores poderão contar com dados trimestrais sobre lançamentos imobiliários, tipo de imóvel lançado, valor médio de metro quadrado, regiao lançada, regiões de vendas realizadas (o que lançou e o que vendeu, o que teve maior e menor crescimento).
“Com os dados da pesquisa, vamos conseguir criar relatórios de déficit habitacional por região, diversos dados que vão munir os associados para facilitar a tomada de decisão do que lançar, onde comprar terreno para desenvolver projetos,” explica Fontoura.
Espaço de atualização
Para a professora universitária e arquiteta e urbanista, Laura Zambrano, além de ser importante para a atualização, o evento contribui para a formação de uma rede de contatos. “A pesquisa, encerrando o evento, vai apresentar um diagnóstico de como está o mercado imobiliário, importante para podermos verificar o público-alvo e quais são os tipos de construção que estão sendo feitos”, avalia.
Palestrante e participante do evento, Thiago Medeiros, master franqueado da Re/Max no Estado, avalia que Pelotas e região sul vem passando por um importante processo de evolução com a chegada dos bairros planejados. “A tecnologia hoje é a maior ponta do mercado, e os construtores estão trazendo produtos revolucionários para consumidores cada vez mais exigentes”, diz.
A próxima edição do evento ocorrerá em 2025 e contará com um ano de pesquisas realizadas sobre o setor. “Ano que vem teremos esse comparativo da pesquisa e com certeza será algo que vamos renovar e manter nos próximos anos”, finaliza Fontoura.