O vereador Cristiano Silva (UB) levantou um tema importante em seu discurso na sessão desta terça-feira (05): a importância de articulação para garantir a representatividade de Pelotas e da região na Assembleia Legislativa e na Câmara dos Deputados.
- Atualmente, Pelotas tem apenas um deputado federal, Daniel Trzeciak (PSDB), e nenhum deputado estadual. Em toda a região sul, são apenas três representantes em Brasília: além de Trzeciak, Alexandre Lindenmeyer (PT) e Afonso Hamm (PP).
Com quase 250 mil eleitores, Pelotas tem condições de eleger ao menos um deputado federal e um estadual. Levando em conta toda a região, são 650 mil eleitores que podem ter um papel decisivo para a definição das cadeiras dos legislativos federal e estadual.
- Para que a região tenha sucesso na busca por representatividade política, é importante que haja união em torno de candidaturas que, de fato, representem a Zona Sul. Há espaço para candidaturas de mais de um partido, é verdade, mas é necessário que as siglas foquem em nomes de peso e com possibilidade real de vitória, e não apenas em cumprir tabela nas nominatas.
Outro ponto importante, que precisa ser levado em consideração no Brasil é a adoção do sistema de voto distrital. Num país acostumado a passar por reformas eleitorais, há margem para debater a necessidade de um sistema eleitoral que represente melhor a diversidade das regiões dentro dos próprios estados, e os três deputados daqui poderiam se unir para pautar essa possibilidade em Brasília.
Diferentemente do sistema eleitoral proporcional vigente no Brasil, em que são eleitos os candidatos dos partidos mais votados, o sistema distrital, em resumo, divide as vagas as vagas a serem preenchidas de acordo com regiões, garantindo que cada distrito tenha uma representação equivalente a sua população, por exemplo. Se a região tem direito a três vagas, por exemplo, há garantia de que teremos três deputados eleitos, sem depender da votação total dos partidos.
- Se a mudança do sistema eleitoral pode parecer distante, fato é que a região precisa estar unida. Num período em que os deputados têm cada vez mais poder, através das emendas, por exemplo, é fundamental que tenhamos representantes eleitos em Brasília e na assembleia. Não podemos correr o risco de termos um apagão de lideranças e ficarmos ainda mais isolados politicamente.