Com os trâmites para a licitação da nova concessão do Polo Rodoviário de Pelotas em andamento, mais uma vez a região deve unir-se em vigília atenta para que, desta vez, os detalhes contratuais sejam cuidados com zelo para que não haja o menor risco de vir cláusulas que prejudiquem a Zona Sul.
O modo atual de reajustes é uma aberração e prejudica o desenvolvimento regional de maneira inacreditável.
A Ecosul, que presta um bom serviço, em geral, faz uso dessa opção bizarra de aumento das taxas que o contrato permitiu – como quase toda empresa faria – e agora o objetivo é que, no próximo contrato, independente da concessionária, não haja surpresas como essa.
De quebra, é fundamental que sejam pensados em mecanismos que, junto ou em paralelo ao contrato, venham as obras estruturais que são fundamentais para o nosso futuro.
O futuro econômico da região passa pela exploração do potencial logístico, fazendo uso das rodovias, das hidrovias e do Porto de Rio Grande.
Possivelmente, até ferrovias teremos em breve e há ainda a crescente demanda pelo aeroporto de Pelotas. Mas tudo isso só funciona com alinhamento entre pedágios com preço justo, conclusão da duplicação da BR-116, ligação a seco entre Rio Grande e São José do Norte e a conclusão do lote 4 da BR-392.
Idealmente, uma segunda ponte sobre o São Gonçalo seria a cereja do bolo deste avanço estrutural, que já tem em andamento uma segunda ponte que conecta Jaguarão e o Uruguai.
Para tudo isso funcionar, no entanto, é preciso muito boa vontade política e alinhamento das lideranças locais. O momento é favorável em alguns pontos. O governador é daqui, embora, ao que parece, depois de seis anos, isso não conta para grandes coisas. Temos dois deputados federais e um estadual, a partir de janeiro.
O avanço petista nas prefeituras da região traz uma aproximação do governo federal e, junto com os deputados, seria fundamental que isso tivesse algum peso no lobby junto a Brasília. E as entidades de classe, sempre tão atuantes, devem andar junto. As Alianças Pelotas e Rio Grande têm hoje um alinhamento exemplar e é importante que Azonasul e políticos sigam esse caminho.
O caminho para um salto de qualidade logística, que trará empregos e desenvolvimento, está desenhado. O ponto fundamental agora é união para que tudo isso saia do papel e não fique, mais uma vez, só na promessa.