Neste domingo (3), quase 36 mil concorrentes farão o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) na Zona Sul do Estado. A prova é dividida em duas etapas, realizadas em 3 e 10 de novembro, sendo que esta primeira conta com 45 questões de Linguagens e 45 de Ciências Humanas, além da redação. Para verificar o local de prova, o participante deve acessar a Página do Participante, em enem.inep.gov.br/participante.
Controle da ansiedade
A ansiedade não significa algo ruim apenas. Conforme atenta a psicóloga Mariana Aires, a ansiedade natural avisa sobre a relevância de algo, mostrando o comprometimento e responsabilidade com o fato que está por vir, e isso é positivo. No entanto, alguns sintomas podem se potencializar mais próximo a prova, como taquicardia, dor no peito, dor de cabeça, tontura, sensação de falta de ar, náuseas e enjôo, entre outros. Nesses casos, é bom evitar uma “queda de braço” com essas sensações.
“É importante substituir os pensamentos ‘negativos’ que aparecem como: ‘e se eu esquecer de tudo?’ ou ‘e se eu não souber responder?’, por pensamentos da realidade, lembrando que estudou, se preparou e se esforçou. […] Prestar atenção no momento presente e respirar fundo, ajuda a reduzir o estresse, diminuindo a frequência cardíaca e aumentando o foco”, orienta.
Redação
Um dos maiores temores por parte dos alunos é a redação, afinal boa parte da nota final leva em conta o desempenho no texto. A primeira dica da professora de redação Julia Ruas é que, em relação à estrutura, o candidato precisa saber as características e a estrutura do texto dissertativo-argumentativo. Logo, deve escrever um texto composto por quatro parágrafos: introdução, desenvolvimento um, desenvolvimento dois e conclusão. Outro ponto importante é a máxima atenção à leitura do comando de texto.
“O candidato deve buscar palavras-chave na frase temática, para entender, de fato, o que a prova está pedindo. Desafios? Efeitos? Caminhos? Isso faz toda a diferença. O fator que mais zera redação no Enem é a fuga do tema. Por isso a importância de uma leitura atenta, não só ao comando, mas aos textos motivadores também. Os argumentos serão pensados a partir dessas palavras-chave”, esclarece Julia.
A professora também considera melhor começar a prova pela redação. “A escrita da redação exige muita concentração e energia, além de valer 1000 pontos. […] No entanto, não acho positivo passar o texto a limpo logo após terminar o rascunho. O ideal, para mim, é escrever o rascunho, resolver algumas questões de Humanas ou Linguagens e, só depois, voltar ao texto e passá-lo a limpo”, opina.
História
Professor de história, Miguel Filho aponta que é fundamental que os participantes fiquem atentos às competências e habilidades exigidas na prova de Ciências Humanas. Na parte de história, geralmente caem questões que abordam a atuação de movimentos sociais, além de temas relacionados ao patrimônio e à democracia, que costumam ser recorrentes.
Geografia
O professor de geografia, Anderson Pereira, enfatiza a necessidade de pensamento crítico na prova. Também destaca a boa interpretação das informações das questões. Para isso, a orientação é que o participante compreenda de forma geral o texto ou material cartográfico, e depois realize uma leitura atenta dos comandos presentes no enunciado. “No caso de interpretação de mapas, cartogramas ou gráficos, o aluno deve ler primeiro o título do material. Após, deve interpretar a legenda do produto e, por fim, analisar as informações”, comenta.
Literatura
As temáticas que mais surgem nas questões de literatura e linguagem, segundo o professor Pablo Robira, são a partir do movimento modernista. Ele explica que a partir da Semana de Arte Moderna de 1922, há uma ruptura com uma linguagem erudita que era usada. A partir de então, tanto a literatura como as artes plásticas passam a utilizar o cotidiano como inspiração para a poesia, pintura e escultura. A linguagem utilizada passa a ser mais coloquial, tentando de fato representar o cotidiano.
Outro assunto cobrado na prova é a variação linguística, ou seja, as diferenças entre regiões e classes sociais quanto ao jeito de falar. Relacionado à história da arte, as vanguardas europeias aparecem com frequência, sendo importante lembrar nomes como Pablo Picasso, no cubismo; Van Gogh, no expressionismo; e Salvador Dalí, no surrealismo.
Filosofia
Além da leitura atenta e a correlação entre períodos históricos e pensamentos, a professora de filosofia, Daniela Corrêa, aposta em tópicos como filosofia antiga, filosofia moderna, os conceitos de mal e justiça, filosofia política e existencialismo.
Também podem ser cobrados ética e moral, filosofia medieval e filosofia alemã. Sócrates, Platão, Aristóteles e Descartes são nomes básicos lembrados pela professora, assim como os intelectuais da Escola de Frankfurt: Max Horkheimer, Theodor Adorno e Habermas. “Também é necessário lembrar da teoria do estado de natureza, questão política e motivo pelo qual existe o governo”, complementa.