Margeando a polarização entre PT e PL, o PSD é o partido que mais cresceu no país nas eleições municipais deste ano, e é o maior partido em número de prefeituras no Brasil, com 891 prefeitos eleitos. Em Pelotas, foi o partido que elegeu mais vereadores: com 22.334 votos, e terá quatro parlamentares na próxima legislatura, o dobro da atual.
O presidente municipal da sigla, Daniel Mussi, atribui o crescimento à aposta e formação de lideranças com potencial eleitoral. “Os nossos vereadores representam pautas específicas. O Carlos Júnior é muito vinculado ao esporte, o Éder Blank às pautas da zona rural, o Daniel Fonseca com a questão da segurança pública e social, e o Antônio Peixoto também é muito envolvido com questões sociais”, avalia.
Observando o cenário nacional, Mussi destaca o crescimento dos partidos de centro. “A polarização não pegou nas questões locais. A população está mais preocupada se a escola e a creche têm vagas, se o buraco tá resolvido. O eleitor mostrou que preferiu uma opção mais moderada”, considera.
Na disputa pela prefeitura, no entanto, o PSD não teve o mesmo sucesso. O partido que integra o governo de Paula Mascarenhas (PSDB) e tem duas secretarias (Gestão da Cidade e Obras), integrou a coligação de Fernando Estima (PSDB) no primeiro turno e apoiou Marciano Perondi (PL) no segundo turno.
Governo Marroni
Mussi afirma que o partido está avaliando o cenário e não descarta integrar a base de apoio de Fernando Marroni (PT), embora ainda não tenha sido procurado pelo PT. “O PSD é um partido que está à disposição do diálogo e não faz sentido fazer oposição por oposição”, pontua.
Antes de uma possível aproximação, Mussi diz que é necessário o futuro governo apresentar suas propostas em áreas como desenvolvimento econômico, esporte e zona rural. “Depois que tiver esse cenário mais claro e que o governo tiver um posicionamento definido nessas áreas que são importantes para o PSD, a gente deve fazer a discussão de qual será a participação do PSD ou não no futuro governo”, defende.
O presidente afirma que uma negociação de cargos não é central para apoiar Marroni. “O PSD é um partido que tem convicção, a gente não acredita no fisiologismo. Ter espaço só por ter espaço no governo, não, o governo tem que conversar com o PSD e ver se existe um alinhamento de ideias.”
Presidência da câmara
Com a maior bancada na câmara, Mussi defende que é natural uma candidatura à presidência da câmara, com Carlos Júnior, que já é vereador. Segundo ele, as conversas ainda estão em fase inicial. Atualmente, Carlos Júnior é o primeiro secretário da câmara, e o presidente do Legislativo, Anderson Garcia, que não foi reeleito, também é do PSD.