A partir desta quinta-feira (31) a Praça Coronel Pedro Osório recebe a 50ª Feira do Livro de Pelotas, uma edição especial, que traz à tona uma longa história que começou em 25 de novembro de 1960, por iniciativa dos irmãos livreiros Itamar Rezende Duarte e Gilberto Rezende Duarte. A inspiração era a Feira do Livro de Porto Alegre, que naquele ano chegava à 7ª edição.
Em busca de valorizar o trabalho dos livreiros e estimular a leitura, os irmãos Duarte pediram apoio ao prefeito João Carlos Gastal para a realização do evento. O método, eles foram buscar entre os realizadores do evento na capital.
Em Pelotas se formou uma comissão para organizar o evento, com a participação de: Henrique Bertaso, da livraria do Globo, Alberto Martins Ramos, da livraria Mundial, o jurista Mozart Russomano, representando o Instituto de Sociologia Política, o padre Raul Farina e o prefeito, João Carlos Gastal.
O evento ocorreu entre 25 de novembro e 4 de dezembro, na alameda da rua 15 de Novembro, da praça Coronel Pedro Osório, e se tornou a primeira Feira do Livro no interior do Estado. Mesmo sendo a edição estreia, a movimentação foi grande com programação cultural, que incluiu apresentações musicais e de teatro, além de sessões de autógrafos.
Uma estrela negra
No dia 30 de novembro chegou em Pelotas a maior atração da Feira, a escritora Carolina Maria de Jesus (1914-1977), autora do best seller Quarto de despejo: Diário de uma favelada. A obra tinha sido lançada naquele ano.
A autora mineira fez em Pelotas a sua primeira sessão de autógrafos no Rio Grande do Sul. À noite foi homenageada no Clube Cultural Fica Ahí, uma iniciativa da diretoria da entidade, que percebendo a relevância da vinda da escritora negra ao município, prontificou-se em fazer essa recepção, com o apoio do jornal A Alvorada.
Além de ficar hospedada no Hotel Rex, que ela elogiou pela limpeza e pela vista, Carolina fez um tour pela cidade e tomou um cafezinho no café Nacional, atual Aquários, e comeu um doce na confeitaria Nogueira. Ela também almoçou no restaurante Willy e teve um encontro com o prefeito.
Ao, na época, o jornalista Aldyr Garcia Schlee, do Diário Popular, deixou escritas algumas de suas impressões sobre a cidade e seus moradores. Sobre a conversa com o prefeito ela escreveu: “Falamos das favelas no Brasil e o seu problema. Falamos das escolas no Estado do Rio Grande do Sul…Eu disse para o senhor prefeito que deve ser obrigatório o curso primário completo no Brasil…”, relatou a escritora.
Fonte: Diário Popular/Acervo Bibliotheca Pública Pelotense
Há 50 anos
Campanha de vacinação contra a pólio tem reforço em Rio Grande
Em outubro, Rio Grande foi a única cidade do Estado que apresentou casos de pólio, por este motivo recebeu a terceira etapa de vacina contra a poliomielite. A campanha visava crianças dos dois meses até os cinco anos incompletos.
De acordo com o delegado Regional de Saúde, Milton Moraes, só no primeiro dia foram aplicadas 1.558 doses da vacina, a meta era atingir quase quatro mil crianças.
Participaram da campanha, feita de casa em casa, voluntários da Guarnição Federal de Rio Grande, integrantes do Projeto Rondon, alunos da Faculdade de Medicina e Assistência Social da cidade.
Fonte: Diário Popular/Acervo Bibliotheca Pública Pelotense
Há 100 anos
Morre o educador Charles Dupont em Bagé
A imprensa local registrou a morte do educador Charles Dupont, que morreu Bagé aos 71 anos. O professor tinha trabalhado em Pelotas durante muitos anos, atuando também como diretor do Ginásio Pelotense.
Dupont era francês e tinha reconhecimento estadual como educador. Casado com Honorina Ramos Dupont, era pai do jornalista Adolpho Dupont, diretor do jornal O Dever, publicado em Bagé.
Fonte: A Opinião Pública/Acervo Bibliotheca Pública Pelotense