“O Sul se destaca na cena literária independente”

Abre aspas

“O Sul se destaca na cena literária independente”

Sandra Veroneze, 48, é editora da Pragmatha, que atende escritores de todo o país

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“O Sul se destaca na cena literária independente”
Ela acompanhou de perto a preparação para a 3ª Festa da Literatura e da Cultura em São Lourenço do Sul. (Foto: Divulgação)

Sandra Veroneze, 48 anos, nasceu em Arroio do Meio, no Vale do Taquari, e hoje mora em São Paulo. Graduada em jornalismo e com dois MBAs e quatro especializações nas áreas de negócios, filosofia e comportamento humano, Sandra é editora da Pragmatha. A empresa existe desde 2008, mas iniciou como assessoria de imprensa. Desde 2018, a editora atende escritores de todo país, com ênfase no Sul, também com oficinas literárias.

O foco é desenvolver projetos personalizados para autores independentes que buscam um acompanhamento profissional para seus projetos. Até o momento, já foram centenas de livros editados, entre poesia, prosa, livros técnicos e universitários. Ela também acompanhou de perto a preparação para a 3ª Festa da Literatura e da Cultura em São Lourenço do Sul, na última semana.

Como sua visão sobre o trabalho da editora mudou ao decorrer do tempo?

Quando abri a Pragmatha, tinha em mente oferecer o serviço que eu desejava como escritora. Em outras palavras: uma relação próxima entre editor e escritor, poder de decisão sobre os rumos da obra, gama de serviços flexível e personalizável, qualidade e preço justo. Então, o nosso ponto de partida é o sonho de quem nos escolhe para publicar seus escritos. Diferentes autores têm diferentes objetivos e nos moldamos, de forma a tornar essa experiência sob medida e significativa. Ao longo dos anos, a principal mudança que vimos foi no próprio perfil do escritor e as derivações disso, influenciando o nosso modelo de negócios. O escritor está cada vez mais bem informado sobre como o mercado editorial funciona, como se posicionar e o que esperar dele, e também está mais próximo de seus leitores.

Quais são os desafios e vantagens de trabalhar com escritores do Sul do país, e como a Pragmatha ajuda a destacar essas pessoas?

Cada região do país tem suas particularidades e o Sul se destaca na cena literária independente, que é o foco de trabalho da Pragmatha. Há um número expressivo de escritores e escritoras produzindo bastante e com qualidade. É um mercado maduro, experimentado, e na mesma proporção exigente, o que produz um círculo virtuoso de qualificação dos serviços. Estar no centro do país propicia que a Pragmatha alargue os horizontes dos escritores do Sul, favorecendo o intercâmbio e antecipando tendências, com uma celeridade que regiões periféricas do país de modo geral não alcançam. Uma de nossas prioridades, fortalecendo o que chamamos de Tribo Pragmatha, é a difusão de notícias e entrevistas com nossos escritores, tanto para o site como para as redes sociais, aproximando e inspirando experiências na jornada de cada um no mundo da escrita.

Com o crescimento do mercado digital, como você vê o futuro das oficinas literárias e do apoio para autores?

Penso que as ferramentas, por si só, não são nem boas, nem ruins. Tudo depende do uso que fazemos delas. No mercado literário, vejo muitas vantagens no digital. O digital aproxima pessoas, torna os processos mais velozes e assertivos e, na maioria das vezes, democratiza o acesso a produtos e serviços literários. Na Pragmatha, por exemplo, temos oficinas reunindo autores de várias regiões do país, trazendo diferentes visões de mundo e de realidade, com diversidade e troca cultural. Explorar nossas similaridades e complementaridades enquanto povo de um mesmo país nos enriquece no papel existencial de escritores.

Sobre a 3ª Festa da Literatura e da Cultura em São Lourenço do Sul: como esse evento pode moldar o caráter literário da cidade e influenciar novos autores?

A festa promovida pelo Centro de Escritores Lourencianos é uma grande vitrine para escritores e suas obras. O evento demonstra a seriedade do fazer literário na cidade. Sabemos que a visibilidade é importante para promover o trabalho que já está sendo desenvolvido e, também, inspirar as novas gerações. E não me canso de elogiar: o CEL é uma das entidades literárias mais atuantes do país e faço questão de, todos os anos, participar presencialmente das atividades. Quem chega na festa se sente acolhido, aquerenciado.

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