Pelotas foi dividida em três no segundo turno da eleição. A vitória por 0,7% de diferença de Fernando Marroni (PT) foi maiúscula pela retomada de carreira do petista após uma sequência de derrotas, e histórica, a segunda mais apertada de nosso município. Do outro lado, Marciano Perondi (PL) fez uma votação expressiva e impressionante para um estreante que acabou de se mudar para a cidade e não era conhecido do grande público até seis meses atrás. E há um terceiro lado: mais de 30% dos pelotenses não escolheram ninguém.
O ato de não escolher ninguém pode ser pela descrença com os lados colocados, mas também com a política em si. E isso é grave. Um dos pressupostos da democracia é a participação representativa do público. Quando tanta gente deixa isso de lado, há um problema a ser enfrentado por partidos e autoridades.
Mas, agora, nada disso importa. Marroni está eleito e demonstra vontade de unificação. É o primeiro ponto. Conta com o apoio de um cinturão de esquerda na Zona Sul, com representação de um deputado federal, um estadual (Halley assume em janeiro), prefeituras de Bagé, Rio Grande e São Lourenço do Sul e alinhamento com Lula e, mais recentemente, Eduardo Leite. Ou seja, há um caminho de união de ideias para o desenvolvimento regional e isso é extremamente necessário.
O projeto de Marroni foi o escolhido nas urnas, e há bastante trabalho pela frente para cumprir o ousado plano de governo que promete mais de uma dezena de Emeis, obras de infraestrutura, drenagem e zeladoria. Pontos cruciais como o desenvolvimento econômico, turismo, inovação e empreendedorismo também precisam estar nas primeiras ações, junto com saúde e educação. Há muito trabalho pela frente e, com minoria na Câmara, existirá a necessidade de diálogo e composição.
Nesta segunda-feira (28), ele já caminhava pela cidade e dialogava com imprensa e cidadãos. Não eleitores, já que agora governará para todos. A transição com Paula Mascarenhas já começou e tende a ser tranquila. Diante disso, Marroni tem mais de 60 dias para se preparar e assumir a prefeitura já cumprindo suas promessas – incluindo a de um grande mutirão de limpeza no dia 1º de janeiro de 2025.
