As imagens da chegada dos corpos das vítimas do acidente envolvendo a equipe do Remar para o Futuro, o traslado pelas ruas da cidade e o velório coletivo no Centro Português, ficarão para sempre na memória de Pelotas. Mais do que uma tragédia coletiva, houve comoção coletiva. A cidade, mais uma vez, se une para abraçar as famílias e amigos e dar suporte emocional neste momento de sofrimento.
É, sem dúvidas, uma das nossas maiores tragédias. Nossa cidade, agora em holofote nacional, lambe as feridas e estica a mão para os que ficaram. No entanto, é nesse momento que é preciso reforçar uma ideia: o Remar para o Futuro não pode acabar. Por Oguener Tissot. Pelos atletas, tanto os falecidos quanto os que ficaram. Pelo tanto que significa para o cerne da nossa comunidade. Pelo esforço despendido ao longo de quase uma década por todos que lutam, lutaram ou lutarão para proporcionar, através do esporte, um novo futuro para os atletas.
Com a tragédia, foi natural o início de uma repercussão sobre a viagem de van e a falta de recursos para que o deslocamento tivesse ocorrido de avião. É, também, um alerta da importância de financiamento e estímulo financeiro, de entes públicos e privados, para iniciativas esportivas. Histórias contadas nas páginas do jornal, tanto das vítimas quanto dos que ficam, mostram o impacto que o remo tem. O sonho de Oguener se tornou uma realidade com muitos braços e mantê-lo é honrar as memórias das vítimas.
Ao longo desses anos, centenas de jovens de escolas públicas encontraram no esporte um objetivo e uma saída financeira. Há uma comissão técnica atuante, parceiros públicos e privados e uma comunidade que entende mais do que nunca a importância de fornecer meios para a formação esportiva. O tempo verbal no passado da mídia estadual e nacional ao se referir ao projeto não faz o menor sentido. Mais do que nunca, o Remar para o Futuro é uma realidade e vai seguir sendo, com a força dos pelotenses.