Ágape abre primeira exposição individual de artista bageense
Edição 19 de julho de 2024 Edição impressa

Segunda-Feira25 de Novembro de 2024

Artes Visuais

Ágape abre primeira exposição individual de artista bageense

Obra de Théo Gomes mistura diferentes técnicas e tem influência da ilustração e do grafite

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Ágape abre primeira exposição individual de artista bageense
Mostra de obras de Théo Gomes pode ser visitada até 6 de novembro (Foto: Divulgação)

Inaugura na quarta-feira (23) às 19h, na Galeria JM Moraes do Ágape, a exposição do artista visual Théo Gomes. A mostra apresenta mais de 50 obras em diferentes técnicas, que unem saberes eruditos e populares e mesclam ilustração e grafite em uma abordagem autoral. A visitação pode ser feita até 6 de novembro, de segunda a sexta, das 10h às 12h e das 14h às 19h, e sábados, das 14h às 18h, na rua Padre Anchieta, 4.480.

Essa é a primeira mostra individual de Gomes. A curadoria é das artistas Maria Clara Leiria e Amanda Ribeiro Corrêa, que fizeram uma seleção de desenhos, pinturas e gravuras demonstrando a versatilidade e a relevância do bageense no cenário artístico atual. 

Radicado há 12 anos em Pelotas, o artista tem se destacado por sua ampla produção, que reflete um olhar apurado sobre temas contemporâneos e cotidianos, descrevem as curadoras. As obras escolhidas são da produção atual de Gomes, além de algumas mais antigas de até 12 anos atrás, algumas destas vieram de coleções particulares, porém a maioria das telas está à venda. “Optamos por mostrar quase todos os materiais que conseguimos acesso. Não é bem uma retrospectiva, não pensamos em uma organização linear do tempo, e inclusive não nos detemos na datação das obras”, conta Amanda.

Desenha desde a infância

Théo Gomes, 34, desenvolveu na infância um interesse pelo desenho e pela pintura. Na sua cidade natal, conhecida pela tradição artística, foi influenciada pelo Grupo de Bagé, um movimento artístico que surgiu no Rio Grande do Sul nos anos 40, com artistas como Glênio Bianchetti, Glauco Rodrigues, Carlos Scliar e Danúbio Gonçalves. “Sim, eles me influenciaram, sou muito fã do trabalho deles, é genial”, comenta.

Ex-tatuador, Gomes mostra também em muitas das suas obras a influência da tatuagem. “Fui tatuador por um bom tempo e isso vai junto, não tem como não levar essas referências, mas tem técnicas mais clássicas também da Faculdade (de Artes Visuais da UFPel) e tudo que eu vou vendo e vivenciando vai se refletindo na tela, de uma forma consciente ou não”, diz. 

Atualmente Gomes só se dedica à pintura em tela, uma alteração de rota que ele fez durante a pandemia. O artista conta que não acreditava que poderia viver só das artes plásticas, mas descobriu que estava enganado. 

Gomes tem colocado nas telas muitas das suas memórias, além das situações que está vivenciando, como o tratamento que faz contra o câncer, doença descoberta há um ano. “Tudo reflete na minha arte”, fala.

Remédio para a alma

Apreciador de diferentes técnicas, Gomes diz que gosta de misturar esses aprendizados, mas agora tem explorado mais a aquarela, o nanquim e o giz pastel. Uma característica das obras é o colorido. Na exposição estão muitas telas multicoloridas, algo que só surgiu na obra do artista a partir da pandemia. “Antes eu só pintava como hobby e pintava em preto e branco. Quando começou a pandemia e eu comecei a pintar vi que estava tudo muito cinza e mais aquele tempo tenebroso, eu pensei: Vou produzir mais coisas cinzas?”, relembra. 

A partir desse questionamento começou a quebrar a barreira da cor. “Foi algo maravilhoso. Porque a cor nos permite infinitas possibilidades”, fala

O tratamento de saúde também o fez reafirmar a importância da arte na sua vida. “A arte é um remédio para a alma. Com algumas adaptações eu consigo pintar e isso é ótimo”, diz.

Serviço  

O quê: exposição do artista Théo Gomes  

Quando: abertura quarta-feira (23) às 19h  

Onde: Galeria JM Moraes, no Ágape, rua Anchieta, 4.480

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