Estragos da enchente permanecem na orla de São Lourenço do Sul
Edição 19 de julho de 2024 Edição impressa

Segunda-Feira25 de Novembro de 2024

Incerteza para o veraneio

Estragos da enchente permanecem na orla de São Lourenço do Sul

Município aguarda liberação de verbas, enquanto comércio local espera com receio pelo verão

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Estragos da enchente permanecem na orla de São Lourenço do Sul
Trechos da ciclovia que acompanha a orla seguem destruídos. (Foto: Heitor Araujo)

O clima é de incertezas para o veraneio em São Lourenço do Sul. Proprietários de estabelecimentos estão apreensivos com a demora pela reconstrução da orla da praia após a enchente de maio, e temem pela diminuição do número de turistas durante a temporada.

A prefeitura ainda aguarda a liberação de verbas para a reestruturação das praias do município. Nesta semana, o atual prefeito Rudinei Harter (PDT) reuniu-se com o prefeito eleito Zelmute Marten (PT) e o secretário executivo da Reconstrução no Estado, Emanuel Hassen.

São nove projetos de reconstrução cadastrados pelo município, segundo a prefeitura. As principais demandas da população que vive e depende do veraneio no município são de reconstrução da ciclovia e da calçada em toda a orla, e de retirada das dunas de areia formadas pela enchente de maio.

Em uma praia menos bonita e limpa do que o habitual, os empreendedores têm expectativas duvidosas sobre o verão. “Acho que não vai ser normal. O pessoal vai aproveitar as férias para reconstruir, quem perdeu casa não vai ter férias. A gente não sabe, mas acredito que vai diminuir o movimento nesse veraneio”, opina Edemar Castro, proprietário de uma lancheria na beira da praia.

“O tempo sendo bom, já ajuda bastante, mas está devagar [a reconstrução]. A gente espera que consigam refazer a calçada e a ciclovia, que estragou tudo, toda a orla. Vamos ter esperança de que fica pronta até o verão. Se der tempo bom, o movimento está garantido”, argumenta Hosman Bratz, dono de um restaurante há 30 anos na praia das Nereidas.

Na avaliação dele, o crescimento de turistas nos últimos verões estagnou pela “falta divulgação do município”.

Esperança

Tainá Moraes, 20 anos, trabalha como atendente e passeava pela praia com a família na tarde desta quinta-feira (17). “Não arrumaram nada, está ruim para os pedestres e a orla ainda com os montes de areia. Mas até o verão eles dão um jeito, arrumam. É sempre assim, no verão eles arrumam”, diz.

Outro proprietário de restaurante, Luis Haertel Machado reclama do esgoto e da falta de iluminação, que segundo ele são contratempos históricos nunca sanados. “Problemas que agora, depois da enchente, pioraram”, avalia. “Tenho dúvidas se vai ser o mesmo movimento do último verão. As pessoas vêm para alugar casa e se decepcionam com a situação da praia, que está muito aquém do que já foi”, acrescenta.

Segundo a prefeitura, além de aguardar as verbas federais para a reconstrução da orla, o nível da Lagoa dos Patos subiu após as chuvas de setembro, o que dificulta os trabalhos. Moradores dizem que, a cada chuva, a água avança sobre a orla.

Praia das Nereidas

No fim da praia das Nereidas, a areia estava com marcas de pneus, reflexo do trabalho da prefeitura de remoção das dunas formadas pela enchente. Há, no entanto, muitas outras a serem aplainadas.

Grande parte do calçamento deteriorou-se, o que atrapalha a movimentação de pedestres. Os moradores relatam que as praias mais afetadas foram Nereidas e Barrinha, mas há outros pontos considerados, ainda, problemáticos.

O comerciante Daniel Peres, morador de Canguçu, aproveitou o dia de sol ontem para avaliar os estragos causados pela enchente em sua casa de veraneio. Ele ainda não tivera tempo de ir até São Lourenço do Sul, e se espantou com o que viu.

“Estava tudo cheio de barro, uma crosta, e os móveis eu perdi tudo, vou ter que comprar tudo novo”, relata. “Muita destruição, ainda vou ver a orla da praia para ver como está. Vou desocupar os móveis, tirar o que não presta mais, aí é terminar de lavar a casa, pintar e mobiliar. A água chegou na altura da janela”, completa.

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