A divulgação das posições do deputado Daniel Trzeciak e da prefeita Paula Mascarenhas para o segundo turno da disputa pela prefeitura de Pelotas confirmam que há uma divisão dentro do PSDB municipal.
Causou incômodo no partido a divulgação, na semana passada, de que havia discordância interna quanto à posição da sigla, fato agora comprovado pela escolha de liberar seus filiados e pelas posturas discordantes de duas de suas principais lideranças.
Historicamente, o PSDB abarcou lideranças políticas da centro-esquerda à direita. Era uma posição confortável nos últimos anos, em que o partido estava no poder e não havia uma alternativa de direita forte para contrapor o petismo.
Agora, com o desgaste da gestão e o crescimento do PL a nível nacional, surgiu em Pelotas um grupo político capaz de abarcar as alas mais à direita do PSDB e se evidenciou o choque com os grupos de centro e centro-esquerda, o que inclui a prefeita Paula.
O enfraquecimento do partido nestas eleições, com a derrota no primeiro turno e a diminuição pela metade no número de vereadores, não é uma sentença de morte – o PSDB de Pelotas elegeu um governador que se tornou uma de suas principais lideranças nacionais, e isso ainda é importante –, mas será uma prova de fogo que irá testar a coesão do partido e a capacidade de se reorganizar para as eleições de 2028.
