Comunidade libanesa apreensiva com conflito no Oriente Médio
Edição 19 de julho de 2024 Edição impressa

Segunda-Feira25 de Novembro de 2024

Preocupação

Comunidade libanesa apreensiva com conflito no Oriente Médio

São 350 libaneses que escolheram Pelotas para morar, mas seguem ligados a laços familiares com o país

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Comunidade libanesa apreensiva com conflito no Oriente Médio
Família Halal visitou os parentes no Líbano em 2018. (Foto: Arquivo pessoal)

Um ataque aéreo israelense a um prédio municipal em Nabatieh, sul do Líbano, matou pelo menos seis pessoas ontem. A notícia da Agência Reuters é de que o prefeito da província, Ahmed Kahil, é uma das vítimas. Já para os militares de Israel foram dezenas de alvos do Hezbollah.

Informações como essas chegam diariamente para familiares de libaneses que escolheram Pelotas para morar, aproximadamente 350. A comunidade faz contato diário com parentes, pois a situação de guerra parece estar longe do fim.

“É muito triste a situação no Líbano. Muita gente morrendo, crianças e idosos, através dos bombardeios”, diz Arthur Halal, 27, vereador eleito (PP) e presidente da Sociedade Libanesa em Pelotas. O jovem tem primos, tios e tios avós que moram no norte do Líbano.

O conflito no Oriente Médio tem mobilizado a família que faz contato diariamente por telefone, WhatsApp e Instagram. “A guerra ainda não chegou lá. Então eles se recusam a sair”, conta. Apreensiva, a família mantém ligação com a embaixada no Brasil para quando for necessário trazer os familiares.

“Há cerca de um mês e meio nós iríamos para lá, no casamento de uma prima, mas o aeroporto fechou (Porto Alegre) e acabamos desistindo.” A angústia da comunidade libanesa em Pelotas aumenta a partir dos relatos. “Os dias são de incertezas. Ninguém sabe o que vai acontecer no dia seguinte”, lamenta Halal. Ele conta que a população já enfrentava uma grave crise econômica e a guerra foi o estopim para piorar a situação. Ainda pelos noticiários internacionais, a tendência é de que se torne uma guerra regional e que os bombardeios avancem para o norte.

Se a vinda dos familiares de Arthur para o Brasil se concretizar, será com uma volta ao passado, pois a origem da sua família começa com o refúgio do empresário Jacques George, em 1951. “É como voltar ao passado, quando meu avô veio em um navio libanês para o Brasil, com 13 anos, fugindo da guerra”. Desde o dia 2 de outubro, 1.105 brasileiros e 14 animais de estimação foram repatriados. O quinto voo da Força Aérea Brasileira (FAB) chegou ao país na segunda-feira com 220 repatriados.

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