“Vou trabalhar com afinco para melhorar a nossa bela capital. Para isso conto com o apoio decisivo do presidente Borges de Medeiros, a quem considero mestre em todos os assuntos administrativos”, disse ao jornal A Opinião Pública o político Otávio Francisco da Rocha (1877-1928), nas vésperas de sua posse como intendente de Porto Alegre, o que ocorreu em 15 de outubro de 1924.
Nascido em Pelotas, Rocha falou ao jornal A Opinião Pública sobre o seu programa de governo, o intendente prometia fazer melhoramentos com recursos da receita do município, como iluminação pública, calçamento e abertura de ruas, cujos prédios estavam desapropriados. “Outros não é possível levar a efeito senão pelo crédito, como o desenvolvimento de serviço de águas, tratamento d’água, abertura de ruas. O meu primeiro trabalho será fazer rever o plano de remodelação da cidade e depois de assentados os pontos a modificar, procurarei em recorrer ao crédito”, disse.
A administração de Rocha foi finalizada em fevereiro de 1928, meses antes do final de seu governo, devido à morte do intendente. O pelotense morreu em decorrência de complicações de uma úlcera gástrica. O vice-prefeito, Alberto Bins, foi seu sucessor.
Apesar da morte prematura, Otávio Rocha marcou sua administração pela ampliação de avenidas, criação de bulevares e rótulas. Seus feitos, ao tentar modernizar a cidade e com isso derrubar antigos casarões e cortiços, até hoje são comparados às atuações de nomes como o do Barão de Haussmann (1809-1891), em Paris, ou o de Francisco Pereira Passos (1836-1913), no Rio de Janeiro.
Também ampliou a rede de iluminação pública e a distribuição de água tratada. Porém as obras trouxeram dívidas à intendência, que encontrou no aumento de taxas a forma de cobrir os custos. Na época foram implementados novos impostos sobre: as profissões, os divertimentos, o comércio e a indústria, a caridade, a conservação de ruas e estradas e os serviços de coleta de lixo, entre outros. Seu nome hoje está presente no cotidiano na capital em um viaduto e uma praça, no centro histórico.
Carreira militar
Apesar de ter nascido em Pelotas, Rocha completou os estudos secundários no ginásio Nossa Senhora da Conceição, em São Leopoldo. Em 1891, ingressou no Exército, formando-se em como engenheiro militar, em 1901, pela Escola Militar da Praia Vermelha. De volta ao Rio Grande do Sul, fez estágio na estrada de ferro Rio Grande-Bagé, servindo na guarnição de Rio Grande até 1903.
Frequentou a Escola Preparatória e Tática de Rio Pardo e em seguida foi para a Escola Militar de Porto Alegre, onde permaneceu até 1909, quando foi eleito deputado estadual pelo Partido Republicano Riograndense. Atuou ainda como professor de geometria e aritmética no Colégio Júlio de Castilhos.
Fontes: jornal A Opinião Pública/Acervo Bibliotheca Pública Pelotense; wikipedia.org
Há 50 anos
Diferentes atividades marcam os 51 anos do CAVG
O 51º aniversário do Conjunto Agrotécnico Visconde da Graça foi celebrado no dia 12 de outubro de 1974 com missa na capela do educandário, seguida por show musical e projeção de slides sobre a arte italiana. No almoço foi servido churrasco para professores e alunos. O dia foi encerrado com uma série de atividades esportivas. A banda do CAVG também desfilou pelas ruas centrais da cidade.
Um antigo patronato
Em 15 de outubro de 1920, o intendente, Pedro Luís Osório, solicitou ao ministro da Agricultura, Ildefonso Simões Lopes, a criação de um patronato agrícola em Pelotas. Um mês depois foi promulgada a lei 144, do Conselho Municipal, cedendo ao Governo Federal 200 hectares para a localização do patronato, que recebeu a denominação de Visconde da Graça em homenagem ao ministro pelotense. A fundação ocorreu em 12 de outubro de 1923.
Pouco tempo depois, em 1934, o patronato foi extinto e a instituição passou a se chamar Aprendizado Agrícola Visconde da Graça, com uma nova organização e um programa de ensino. Em 1947 foi transformada em Escola Agrotécnica. Em 1961, foi desvinculada do Ministério da Agricultura e passou a fazer parte do Ministério da Educação, passando dois anos depois de escola para o formato de colégio agrícola. Denominação adotada em 1964, originando a sigla CaVG.
Da UFPel para o IFSul
Dois anos depois, um decreto presidencial estabeleceu a transferência das escolas de ensino técnico para as Universidades. Em 2008 foram criados os Institutos Federais de Educação e em 2009, a comunidade do CaVG, por voto, decide por sua integração ao IFSul, o que foi efetivado em 2010, quando passou a ser denominada por câmpus Pelotas – Visconde da Graça.
Fontes: jornal Diário Popular/Acervo Bibliotheca Pública Pelotense; site ifsul.edu.br