A placa que uma comunidade escolar esperava há oito anos agora está exposta em frente ao Colégio Estadual Félix da Cunha, na rua Benjamin Constant. O educandário finalmente entrou na lista do governo do Estado para receber obras de manutenção e reforma, com início pela quadra de esporte e infiltrações em uma sala de aula.
O projeto para a edificação arquitetônica do prédio histórico será em um segundo momento, mas a promessa é que a estrutura não se deteriore mais. Nessa primeira etapa, serão investidos R$ 168.919,52 e o trabalho terá a supervisão técnica da titular da 5ª Coordenadoria Regional de Obras Públicas (Crop), Lívia Winkel Fernandes, e da arquiteta Josiane Volz Felberg.
Lívia conta que foi lançada uma ordem de atendimento para a quadra esportiva e uma sala de aula com problemas de infiltração no prédio anexo. “A estratégia é que a empresa entre na escola para que se possa conversar e encontrar soluções juntos aos engenheiros sobre possíveis intervenções no prédio histórico”, diz.
A coordenadora propôs à Secretaria de Obras em Porto Alegre que se resolva as infiltrações no prédio antigo e se recupere a laje, além do trabalho de impermeabilização. “Vamos fazer uma revisão geral no telhado, além do prédio histórico que está com algumas salas com infiltrações”, completa.
Um dos projetos é recuperar as portas e janelas, mas para isso a pasta vai entrar em contato com o curso de conservação e restauro da UFPel. A proposta ainda é de recolocar o ladrilho na entrada para manter as características históricas do patrimônio.
“O trabalho será feito em três momentos. Primeiro o piso da quadra e da sala. Depois a parte do piso e telhado e, por fim, as janelas, porque tem algumas que estão em uma situação muito complexa. Ainda não está certo que vamos conseguir. Mas vamos ver qual é a melhor estratégia para a gente entregar esse prédio da melhor forma possível”, garante Lívia.
Cuidado especial
Interditado desde 2016, o prédio principal teve parte da estrutura danificada pela ação do tempo e do clima. Nos primeiros ambientes, onde funcionam a administração, biblioteca e até salas de aula temáticas, é possível ver todo o telhado, pois o forro não existe mais. Em meio às madeiras está a fiação e, pelo risco, o que resta das aberturas foi trancado.
No sótão, onde os ambientes também eram aproveitados para atividades, não há mais acesso. A diretora do educandário, Rejane Monteiro, agradece o investimento, mesmo que seja na parte externa. Ela ainda sonha em ver o prédio histórico restaurado e em pleno funcionamento.
“O projeto, pelo que me falaram, é para não deixar o prédio cair, não é restauro. Mas eu agradeço porque toda obra e as verbas que vêm são para manter toda a estrutura em dia.” Rejane explica que quando houve a verba emergencial precisou trocar 30 telhas para manter o anexo conservado. “Lá (prédio histórico) nem conseguimos mexer. E quando chove, as salas da secretaria e a direção ficam inutilizadas”, conta. Sobre a placa de obras do governo do Estado, a diretora espera que o empenho ali descrito possa evoluir para melhorias no imóvel que faz parte da história da cidade e da escola centenária.