Os fatores da derrota tucana
Edição 19 de julho de 2024 Edição impressa

Segunda-Feira7 de Outubro de 2024

Opinião

Douglas Dutra

Douglas Dutra

Jornalista

Repórter e colunista de política do A Hora do Sul

Os fatores da derrota tucana

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Atualizado segunda-feira,
07 de Outubro de 2024 às 00:13

Após doze anos de hegemonia tucana, o PSDB sequer irá para o segundo turno em Pelotas. O candidato Fernando Estima e a atual prefeita, Paula Mascarenhas, atribuem a derrota a três fatores: os problemas na zeladoria, o desgaste natural do governo e a polarização política.

  • A zeladoria, de fato, é um dos principais problemas de Pelotas e foi o calcanhar de aquiles do governo. O governo Paula falhou em dar uma resposta satisfatória à população que, com razão, não se acostumou com a buraqueira das ruas e o abandono de algumas áreas. 

Os moradores entendem que a situação é difícil, em especial graças às chuvas, mas faltou ao governo a habilidade de mostrar ao menos um empenho para trazer uma solução eficiente. A zeladoria foi o grande foco das críticas dos adversários, e até mesmo os vereadores aliados foram incisivos nesta crítica.

  • Após 12 anos de PSDB – 20 anos se considerar os governos de Bernardo de Souza (PPS) e Adolfo Fetter Jr (PP) – realmente é difícil para quem está no poder justificar que algo não deu certo. A campanha de Estima não conseguiu convencer os eleitores de que era possível o mesmo grupo solucionar problemas que fazem parte do cotidiano da cidade.
  • A polarização política, no entanto, não é suficiente para justificar o resultado das urnas e é mais seguro compreender que o fator determinante para o PSDB não ir ao segundo turno foi a rejeição e a vontade de mudar.

Embora Fernando Marroni (PT) e Marciano Perondi (PL) tenham utilizado as imagens de Lula e Bolsonaro, respectivamente, ao longo da campanha, não dá para considerar que os eleitores tenham se baseado somente nisso, sem levar em conta a realidade que as pessoas vivem na cidade.

  • A derrota do PSDB em Pelotas é também uma derrota para o governador Eduardo Leite e para o partido como um todo. Das cinco cidades gaúchas com segundo turno, o PSDB disputará em apenas duas: em Caxias do Sul, contra o PL, e em Santa Maria, contra o PT. Nos dois casos, os candidatos passaram em segundo e com menos de 30% dos votos.

O desempenho do PSDB no Rio Grande do Sul certamente será um obstáculo na trajetória de Eduardo Leite, que tem suas pretensões à nível nacional. O resultado também dificulta os planos que a prefeita Paula possa ter nas próximas eleições, dificultando, por exemplo, a possibilidade de ser candidata a governadora. Ser candidata a deputada federal, a princípio, não é uma possibilidade, já que o PSDB já tem Daniel Trzeciak como um representante de Pelotas na câmara dos deputados.

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