Times de futebol de Pelotas levam 20 dias para finalizar partida
Edição 19 de julho de 2024 Edição impressa

Terça-Feira3 de Dezembro de 2024

Opinião

Ana Cláudia Dias

Ana Cláudia Dias

Coluna Memórias

Times de futebol de Pelotas levam 20 dias para finalizar partida

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Atualmente, quanto tempo os times de futebol têm para bater um pênalti? Minutos, certo? Há 90 anos, em Pelotas, a cobrança desse tipo de falta levou mais de 20 dias para ser concluída. O evento foi tão extraordinário, que chegou a virar quase uma novela acompanhada pelos torcedores e imprensa local. O incidente aconteceu durante uma partida da série Especial, entre o 9º Regimento de Infantaria (hoje Farroupilha) e o Esporte Clube Pelotas, que começou em 9 de setembro e só foi terminada em 1º de outubro de 1934. 

A situação peculiar ocorreu porque, quando o Regimento ganhava o jogo pelo placar de 2×1, partida realizada na Boca do Lobo (então chamada de Estádio da avenida Bento Gonçalves). Faltavam poucos minutos para o final da partida, quando o árbitro Valentim Martinato apontou um pênalti cometido pelo jogador do Regimento, o Celistro. 

Tempo esgotado

Ordenada que fosse batido a falta, Folhinha o capitão do Regimento se opôs reclamando que o jogador do time adversário estava em” posição não permitida”, a queixa se transformou em discussão, foi quando se ouviu o apito do cronometrista avisando que o tempo da partida tinha se esgotado, sem que o pênalti fosse batido. 

O público então invadiu o campo. De acordo com as regras da Confederação Brasileira de Desportos (CBD, fundada em 1914) daquele ano, mesmo com o sinal de fim de jogo, o juiz poderia deliberar por uma prorrogação para que o “penalti kick” fosse batido. Porém a bagunça foi tão generalizada que o juiz não conseguiu evacuar o campo e decidiu por suspender a partida.

Dias de discussões

Depois de muitos dias de discussões e reuniões entre as entidades, os times se reuniram novamente no dia 1º de outubro para que enfim o tão falado pênalti fosse batido. O capítulo final da partida chamou a atenção dos torcedores que horas antes do evento chegavam ao estádio do Pelotas. 

Pouco depois da hora oficialmente marcada entraram no gramado os dois times, acompanhados de autoridades esportivas e, claro, também do juiz Martinato. A tensão era tanta que a torcida até silenciou.

Dado o sinal, João Pedro chutou no canto esquerdo do goleiro Brandão, que “agilmente interrompeu a trajetória da bola”. O silêncio que antecedeu a defesa do pênalti foi quebrado com os gritos da torcida, que novamente invadiu o campo, mas dessa vez para retirar de gramado o heroico goleiro nos braços.

Um ano de glória

Time do 9º Regimento conquistou o título Estadual em 1925 (Reprodução)

No ano seguinte, em 1935 o  então Grêmio Atlético 9º Regimento de Infantaria sagrou-se Campeão Gaúcho ao derrotar o Grêmio em uma melhor de três partidas, todas em Porto Alegre.

Quem jogou

Regimento: Brandão; Jorge; Chico; Folhinha; Itararé; Celistro; Chaves; Rui; Cerrito; Cardeal e Bichinho

Pelotas: Figueira, Antoninho, Carrera, Tristão, Miléo, depois Mascarenhas; Miguel; João Pedro; Pascoalito; Tutu; Mario e Chico

Fonte: Diário Popular/Acervo Bibliotheca Pública Pelotense

Há 100 anos

A Ordem chega para servir São Lourenço do Sul

O jornal A Opinião Pública registrou  o surgimento do novo jornal A Ordem, em São Lourenço do Sul, fruto da sociedade Soares & Ramos. O informativo foi posicionado como sem partido e como órgão de interesse geral do município. “A Ordem procurará inspirar-se no patriotismo, lutando por tudo quanto possa ser útil à coletividade”, descreviam.

A direção do diário pelotense ainda acrescentou que “embora de pequeno formato (A Opinião Pública na época era standard), o novo jornal está em condições de vencer no meio em que se edita”.

Fonte: A Opinião Pública/Acervo Bibliotheca Pública Pelotense

Há 50 anos

Ary empossa direção do Comtupel

 O prefeito Ary Alcântara deu posse aos integrantes do Conselho Municipal de Turismo (Comturpel) órgão de caráter opinativo e de assessoramento ao Serviço Municipal de Turismo. Na época foram empossados cinco conselheiros e  seus suplentes.

Eram conselheiros Indú de Miranda Ferrari,  representando a prefeitura; Octaviano Goulart, do Rotary Clube de Pelotas; o jornalista Paulo Roberto Maciel, representando a Associação Riograndense de Imprensa; vereador Wolney Castro; Cândido Maduel, pela União Gaúcha Simões Lopes Neto.

Também foram empossados os representantes do Conselho de Desenvolvimento Comunitário de Pelotas: José Vieira Etcheverry; Mario Odone Gonçalves pelo Toruing Club do Brasil  e Francisco Nunes de Carvalho e Mário Cruzeiro, representando a comunidade. Atualmente o município não dispõe mais deste Conselho.

Fonte: Diário Popular/Acervo Bibliotheca Pública Pelotense

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