O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) emitiu, nesta quinta-feira (3), uma nota de esclarecimento ontem sobre o número de pessoas em situação de rua em Pelotas. Segundo o MPRS, Pelotas tem 743 pessoas nesta situação, diferente do número de 3,9 mil, divulgado em julho pelo próprio órgão.
O número gerou polêmica, já que os dados divulgados em julho colocavam Pelotas como a cidade com o maior número de moradores em situação de rua do Estado. À época, a prefeitura desmentiu a informação, afirmando que havia 743 pessoas registradas no Cadastro Único, sendo 375 pessoas de forma sistêmica nas ruas.
A informação repercutiu nestas eleições e foi tema no debate promovido pelo A Hora do Sul na última terça-feira, quando Fernando Estima (PSDB) e Fernando Marroni (PT) trouxeram os dados à tona.
Nota desmente
Na nota divulgada nesta quinta, o MPRS justificou que o número de 3,9 mil foi informado por um agente municipal e que posteriormente a informação foi atualizada. Com a revisão, Porto Alegre passa a ser a cidade com o maior número de pessoas na rua, 2.371, seguida de Caxias do Sul, com 1.497, e Canoas, com 1.311.
A prefeitura de Pelotas também divulgou uma nota, afirmando que quando a discrepância foi identificada, solicitou ao Centro de Apoio Operacional dos Direitos Humanos e da Proteção aos Vulneráveis do MP a retificação do número. “O Município reencaminhou o número correto e o MP aceitou a alteração e executou a mudança na base de dados do estudo”, diz o texto.
Os números divulgados pelo Ministério Público fazem parte de um relatório baseado em números enviados pelas próprias prefeituras visando o cumprimento de políticas públicas voltadas à promoção de direitos básicos e a garantia de dignidade às pessoas sem acesso à moradia.
Em julho, o secretário de Assistência Social, Edmar Mesquita, justificou que o alto número de pessoas em situação de rua em Pelotas poderia ser originado de uma característica do município de receber imigrantes que passam pela cidade rumo ao Uruguai e à Argentina. “E ainda de municípios vizinhos, que muitas vezes não possuem serviços de acolhimento para pessoas em situação de rua”, disse.