Em comparação com o mesmo período de 2023, em agosto deste ano Pelotas teve uma diminuição de 3,7 mil pessoas inadimplentes. Com isso, caiu em cerca de 17 mil a quantidade de dívidas em aberto. Já o montante da inadimplência diminuiu em R$ 8 milhões. Nesse período, em Rio Grande 1,3 mil endividados quitaram mais de nove mil pendências com valor total de mais de R$ 2,3 milhões. Os dados do Serasa apontam que no Estado a maior parte das contas em atraso são referentes a cartão de crédito e bancos.
Conforme o levantamento mais recente divulgado pelo Serasa, em Pelotas há 101,8 mil consumidores negativados, ou seja, cerca de 30% dos moradores têm dívidas atrasadas. São 308 mil débitos em aberto que somam R$ 516 milhões. Porém, a quantidade de pendências em agosto deste ano apresentou uma queda de 5% em comparação a 2023. O valor médio da inadimplência é de cerca de R$ 5 mil, o que representa um aumento de R$ 102,00.
Em Rio Grande, o percentual dos devedores é maior do que em Pelotas. No município, 37% da população possui alguma dívida, são 74,5 mil inadimplentes com 256 mil dívidas. O número de contas teve um recuo de 3% ante 2023. Já o valor de cada inadimplência é de em média R$ 5,4 mil, representando uma diminuição de R$ 67. No total, as pendências somam R$ 409 milhões.
A origem das dívidas
Conforme o Serasa no Estado, o segmento que concentra o maior número de inadimplentes é o de bancos e cartões de crédito, seguido pelo de financeiras. No Rio Grande do Sul, 50,1% da população devedora é do sexo feminino e a faixa etária com mais devedores está entre os 41 e 60 anos (34,2%), seguida por pessoas entre 24 e 40 anos (32,4%). O Estado é o terceiro menos inadimplente no país.
Fatores que auxiliam na quitação
Para o economista e professor da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Marcelo Passos, um dos fatores que contribuíram para a diminuição na inadimplência foram as condições oferecidas pelo programa de renegociação de dívidas do governo federal, o Desenrola Brasil. “Permitiu a queda da quantidade de inadimplentes e do valor das dívidas”, avalia.
Com base na média dos tickets de inadimplência de Pelotas e Rio Grande, o economista explica que os devedores se encaixavam na faixa 1 do Desenrola, o que permite o parcelamento das dívidas em até 60 vezes.
Outra questão que pode ter ajudado, mas em menor grau, teria sido a queda da taxa de juros. “Até junho [de 2023] ela estava em 13,75%, e em setembro estava em 10,50%. Mas mesmo com a queda de juros essas pessoas não tiveram um alívio muito grande nas suas dívidas porque as taxas cobradas na ponta são maiores que a Selic”, diz.
Regularização
O especialista em finanças pessoais da Serasa, Thiago Ramos, destaca que a principal dificuldade dos inadimplentes é o acesso a cartões de crédito e empréstimos. Para regularizar a situação, a principal orientação é que os consumidores acessem regularmente o site do Serasa ou o aplicativo para verificar quais são as ofertas disponíveis para a renegociação. Fora dos canais digitais, também é possível verificar as ofertas em qualquer agência dos Correios.