Imbuído pelo espírito de reconstrução do Rio Grande do Sul, o público que esteve do Desfile Farroupilha deste sábado (20) viu passar pela Avenida Edvaldo Pereira Paiva, em Porto Alegre, uma amostra do empenho do governo do Estado para fortalecer as forças de segurança, valorizar a cultura e manter vivo do orgulho que o povo gaúcho tem por suas tradições. O público teve acesso gratuito às arquibancadas e recebeu bandeirinhas nas cores do Estado, enfeitando ainda mais a avenida. Do palaque oficial, o governador Eduardo Leite, ao lado do seu time de secretários, acompanhou os desfiles cívico-militar, temático e tradicional.
“Neste ano, temos um Desfile Farroupilha com um caráter muito especial e significativo, expressando a identidade do nosso povo, aquilo que nos uniu no passado e que nos une hoje diante das dificuldades. Celebramos aqui o amor pelo Rio Grande e a nossa capacidade de união por meio desse senso de pertencimento tão forte, que nos ajuda a enfrentar adversidades como as deixadas pela calamidade meteorológica deste ano. Se estivermos mais próximos como povo, estaremos mais fortes para enfrentar o que vier pela frente”, destacou Leite.
Além de assistir ao desfile, o governador dirigiu-se até as arquibancadas, onde conversou com o público e tirou fotos. Antes do desfile, Eduardo Leite realizou a revista da tropa. Na sequência, passaram pela avenida os desfiles cívico-militar, temático e tradicional. No primeiro, desfilou um contingente de mais de 1,3 mil integrantes da Brigada Militar, Corpo de Bombeiros Militar (CBMRS), Polícia Civil, Instituto-Geral de Perícias (IGP), Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) e Defesa Civil.
A parada mostrou o efetivo das forças de segurança do governo do Estado, que cruzaram a avenida fortalecidas após a intensa atuação no período de enchente. As instituições apresentaram viaturas históricas, mostraram serviços especializados e investimentos recentes do governo para reforço das corporações. Um dos destaques foi o primeiro helicóptero do CBMRS gaúcho. Recebido em julho de 2023, a aeronave representa um investimento de R$ 21,7 milhões nas ações de busca e resgate da corporação.
Carros alegóricos
Logo após, foi a vez do desfile temático, que homenageou o centenário do poeta e pajador Jayme Caetano Braun – tema dos Festejos Farroupilhas de 2024 –, abordando também a reconstrução do Rio Grande do Sul. Os seis carros alegóricos foram preparados no Complexo Cultural do Porto Seco, com criação e coordenação de Guaraci Feijó e direção artística de Ruben Oliveira. Neste ano houve o retorno das alegorias temáticas, que não integravam o desfile desde 2013.
O desfile temático foi aberto com as bandeiras do Rio Grande do Sul, de Porto Alegre, da 1ª Região Tradicionalista (RT) e das entidades participantes, além da faixa-tema da parada – conduzidos por prendas, peões e representantes da 1ª RT e de outras entidades envolvidas.
O primeiro carro, “Tronco Missioneiro”, exaltou a obra e as origens missioneiras de Braun, com a representação de padres e indígenas guaranis e com a presença do patrono dos Festejos Farroupilhas, Pedro Ortaça, e de familiares de Braun, de Cenair Maicá e de Noel Guarany. A homenagem também foi motivada pelos 400 anos das Missões Jesuíticas, que serão completados em 2026.
Na segunda alegoria, intitulada “Obelisco/Bicentenário da Imigração Alemã no Rio Grande do Sul”, foram celebradas as origens germânicas da família de Braun e o monumento alusivo à imigração alemã instalado em São Leopoldo, com a presença de um grupo folclórico de Santa Cruz do Sul. A temática está inserida no contexto dos 200 anos da chegada dos primeiros imigrantes de origem germânica ao Estado.
Com o tema “Família”, o terceiro carro foi dedicado à vida pessoal e familiar do pajador, contando sua história a partir da casa onde nasceu, na localidade de Timbaúva, hoje pertencente ao município de Bossoroca. Na sequência, o quarto carro, “Bolicho”, representou o bolicho de campanha que Braun administrou na vila da Serrinha, em São Luiz Gonzaga, trazendo o grupo de dança “Eu Sou do Sul” e a representação de Tio Anastácio (eternizado em canção homônima de Braun), de músicos e atendentes de balcão.
Por fim, o desfile tradicional foi composto por cerca de 270 cavalarianos de piquetes e Centros de Tradições Gaúchas (CTGs). Uma das espectadoras do desfile foi Fernanda Angélica Bussa, de Guaíba, que, mesmo com a chuva, não perdeu o entusiasmo. “Esse é um momento único, divino, um espetáculo da nossa tradição. Só quem vem aqui sabe o que é. A gente vem todo ano, não perde um. Para quem é gaúcho raiz, a chuva é o de menos”, afirmou Fernanda, que contou ter chegado cedo para garantir um bom lugar na arquibancada.