A reportagem especial das páginas 6 e 7 desta edição mostra um dos principais temas a serem debatidos na região, que inclusive deveriam estar mais presentes nas propostas dos candidatos às prefeituras. É urgente resolver a questão do saneamento básico. É um tema que atua em múltiplas frentes: concede dignidade às pessoas, gera resultados em saúde pública e em meio ambiente.
O país inteiro tem um desafio que é cumprir a meta do Marco Legal do Saneamento, que estabeleceu metas quase impraticáveis de alcançar 99% de acesso à água potável e 90% de coleta e tratamento de esgoto até 2033. A realidade mostra que, a menos de uma década de atingir o prazo, praticamente metade das cidades da Zona Sul sequer têm metade do esgoto sendo recolhido do domicílio. Quanto mais sendo tratado.
O fato é que é um tema constantemente negligenciado, jogado para baixo do tapete quando possível, e com metas de resultado sem grandes definições sobre como será feita a construção do alcance da meta. Afinal, a lei exige, mas como cidades pequenas ou médias, com orçamentos apertados, vão construir um cenário em que tratem o esgoto, quando sequer conseguem captar?
É um tema que precisa entrar para o debate nacional. O governo federal, por mais que esteja se mexendo através de incentivos ao saneamento do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), precisa nortear estados e municípios nesse caminho. É tema de saúde pública. Contar apenas com os municípios e autarquias resolvendo isso é exercer uma nova pressão em quem já está quase quebrado. E, ainda assim, é um tema que precisa ser trabalhado, já que o caminho pelo desenvolvimento passa diretamente pelo saneamento básico.
Tudo isso é um desafio para os candidatos a prefeito. Demonstrar como está sendo feita essa construção e como pretendem resolver esse problema.