Mais um passo em direção a um futuro mais atencioso com os idosos de Pelotas foi dado. O documento que certifica o município como a quarta cidade do Rio Grande do Sul a integrar a Rede Mundial de Cidades e Comunidades Amigas das Pessoas Idosas (GNFACC) foi entregue à gestão municipal.
O ato simboliza a evolução de Pelotas no processo de acolhimento e acessibilidade às pessoas idosas, possibilitando o surgimento de novas estratégias governamentais que visam a melhoria da qualidade de vida dessa população.
Parte integrante do relatório, o Diagnóstico Municipal – Pelotas Cidade Amiga do Idoso é produzido pelo coordenador do Centro de Extensão em Atenção à Terceira Idade da Universidade Católica de Pelotas (Cetres/UCPel), Hartur da Silva.
Ele explica que a leitura foi balizada pela percepção dos idosos quanto às dimensões incluindo acessibilidade, transporte, moradia, educação, trabalho, saúde e comunicação, permitindo o conhecimento aprofundado da vivência real dessa população na cidade.
Etapa de um percurso
A entrega do certificado é uma das etapas de um processo evolutivo em que Pelotas vai progredindo em direção à efetiva “amizade com a pessoa idosa”. Passando a integrar a rede global, a cidade assume um compromisso com a população dessa faixa etária.
“Temos a Estratégia Brasil Amigo da Pessoa Idosa (EBAPI). Essa estratégia nacional é oriunda da legislação da OMS, e o município também tem esse compromisso. O próximo passo é elaborar um Plano Municipal da EBAPI enquanto Comitê Gestor, para avançar na questão de políticas públicas”, acrescenta.
Plano Municipal de Estratégia
Tendo em vista o aumento da população idosa para 20,7%, de acordo com o Censo 2022, a diretora do comitê da EBAPI, Laura Leal, esclarece que o plano a ser elaborado contará com representações da gestão municipal, do Conselho Municipal do Idoso, Instituição de Ensino Superior e instituições que representam a sociedade civil.
Processo de construção
“A Cidade Amiga do Idoso não é um prato feito, é uma construção”, enfatiza o presidente do Conselho do Idoso, Lélio Falcão. Ele destaca a importância desse movimento para aprimorar aquilo que está dando certo, ao mesmo tempo em que se lança a vigilância severa sobre o que está sendo feito de maneira ineficiente.
Segundo o gestor do Cetres, alguns aspectos da realidade da pessoa idosa em Pelotas puderam ser desvendados através da pesquisa, tais como:
• Carência de incentivo e oportunidades de trabalho;
• Pouca valorização do trabalho voluntário;
• Perda gradual da comunicação tradicional (TV, rádio e pessoalmente, por exemplo);
• Escassez de atividades de lazer e convivência;
• Poucas oportunidades de ensino para população idosa;
• Necessidade de redução de espera em serviços de saúde;
• Demanda para aperfeiçoamento do transporte urbano, com facilidade de acesso, além de melhoria no tratamento pessoal dos condutores;
• Desníveis de calçadas e ruas.
