Promover a vida todos os dias pode ser fundamental para quem sofre depressão ao ponto de não querer viver. Falar sobre o tema não só no mês que marca o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, pode impactar nos resultados deste ano em Pelotas.
Foram 26 casos registrados, número que ultrapassa o total de homicídios de janeiro até esta terça-feira (22 crimes). O governo do Estado ainda aguarda pelo Informe Epidemiológico dos casos em 2023 no RS, elaborado Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), mas tem registrado mais de 1,5 mil mortes desse tipo e busca na campanha lançada “Juntos na torcida pela vida – pedir ajuda faz bem”, reduzir mais um indicador.
Com foco principal na importância de as pessoas procurarem ajuda nos serviços de saúde, pela primeira vez o RS descentraliza ações e leva para a cidade de Rio Grande o 8º Seminário Estadual de Promoção da Vida e Prevenção ao Suicídio, a ser realizado no dia 18, no Teatro Municipal.
A medida evidencia um grave problema: o alto índice de suicídios por causa multifatorial em diversas cidades gaúchas. Ainda restam 50 vagas. Em paralelo, estão previstas diversas atividades em escolas, universidades e serviços municipais de saúde da capital e do interior.
Para a secretária municipal de Saúde, Zelionara Branco, a parceria surgiu após o pedido de indicação de palestrantes sobre o tema e destaca que os índices seguem a tendência do Estado.
Muitas atividades em Pelotas
Em Pelotas, são várias as atividades sobre o tema. A edição do “Viva bem Pedalando” organizada pela UFPel será reagendada, sendo que a data ainda não foi definida. A ação que integra a campanha de prevenção ao suicídio, seria dia 1º, mas o mau tempo adiou a data. A ação é para lembrar da importância do exercício físico para a saúde mental.
Já a UCPel realiza dia 27 de setembro um dia com pets. O evento conta com alguns parceiros, como Central Pet, a ONG Amigo Pet e o Ponto Chimas. Ainda dentro do mês dedicado à conscientização sobre a saúde mental, a Católica promove ações voltadas à data, como bate-papo e campanha “Cores que cuidam”.
Ao longo deste mês, o Hospital Espírita de Pelotas (HEP), referência em saúde mental na Região Sul, estará engajado em ações que incentivam a solidariedade e o apoio a quem precisa. Para o médico do SUS, Caps Porto e HEP, Paulo Rosa, quando a família ou amigos percebem que a pessoa passa a ter comportamento inabitual, é sinal de alerta. “Se uma pessoa está passando por situação de muita exigência, pode ser no trabalho, no convívio familiar, essa pessoa precisa ser acompanhada, porque em caso de grandes atribuições, que vão além da sua capacidade e sem ver uma saída, um dos desfechos é pensar no suicido, pois a vida se torna muito dolorosa”, exemplificou o médico. Ter uma companhia adequada, acolhedora, de acordo com Paulo Rosa, é uma forma de prevenção.
Buscar ajuda
O coordenador do Comitê Estadual de Promoção da Vida e Prevenção do Suicídio, Bruno Moraes diz que adotar um recorte de equidade na análise epidemiológica do comportamento suicida não só melhora a eficácia das intervenções, mas também promove um sistema mais justo e inclusivo que reconhece e enfrenta as desigualdades existentes.
