O cirurgião vascular Diego Larangeira depôs nesta quarta-feira (11) na câmara de vereadores sobre as denúncias feitas por ele e apresentadas pelo vereador Anselmo Rodrigues (PL) na terça-feira (10) a respeito do Pronto Socorro (PS) de Pelotas. Diante do depoimento do cirurgião, vereadores devem articular a abertura de uma nova CPI para investigar o que foi dito por Larangeira.
O médico afirmou que prontuários médicos não eram preenchidos adequadamente pelos médicos de plantão, e sim pelos residentes, que não eram acompanhados pelos plantonistas. Segundo ele, todas as reclamações eram feitas à sua chefia imediata e nunca foi alvo de uma queixa formal.
É essa relação entre residentes e médicos o principal foco das afirmações de Larangeira, que citou casos de cirurgias traumatológicas em que muitas vezes residentes eram enviados para cirurgias de emergência ao invés de especialistas.
Também citou o caso de um motociclista acidentado que fraturou o punho pela madrugada e em que ele só foi chamado para atendê-lo às 11h da manhã. “Eu não tenho sangue de barata para ver uma situação, correndo o risco de amputar a mão, e ver o médico no conforto”, disse.
Larangeira afirmou ainda que houve casos de pacientes que deram entrada no Pronto Socorro já com necessidade de intervenção cirúrgica imediata, mas que plantonistas solicitaram a realização de exames desnecessários para postergar o procedimento cirúrgico para não precisar fazer dentro do próprio plantão.
O depoimento não foi realizado dentro da CPI do Pronto Socorro, que investiga suspeitas de desvios de recursos. Com o relatório da CPI praticamente concluído, a ideia é que elementos do que foi falado pelo médico que se encaixem no escopo da CPI sejam incluídos no relatório.