“Tudo é uma questão de planejamento e de gestão”
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“Tudo é uma questão de planejamento e de gestão”

Vice de Reginaldo Bacci (PDT), Graziela Ramalho (PDT) destaca meio ambiente e educação como prioridades

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Atualizado quinta-feira,
12 de Setembro de 2024 às 17:52

“Tudo é uma questão de planejamento e de gestão”
Graziela Ramalho é candidata a vice-prefeita de Reginaldo Bacci em chapa pura do PDT. (Foto: Divulgação)

A professora Graziela Ramalho é candidata a vice-prefeita de Reginaldo Bacci em chapa pura do PDT. Ela é a quinta e última entrevistada pelo A Hora do Sul nesta rodada de conversas com candidatos a vice em Pelotas.

Como surgiu teu nome para candidata a vice do PDT?

Diante de todas as possibilidades de fazer uma coligação e sem saber se iríamos coligar ou não, a gente tinha que se preparar e ter o plano B para indicar pessoas para uma chapa pura. O movimento das mulheres me indicou, o movimento negro indicou outro companheiro e havia um terceiro pré-candidato. A gente tem um plano de desenvolvimento econômico, social e sustentável conectando os nossos projetos. A gente pensa na reconstrução da cidade de Pelotas. Teremos desafios, com outros partidos teria diversidades, que muitas vezes não são colocadas em prática, e isso acontece na nossa cidade. São muitos partidos coligados, dentro da secretaria de educação, cada setor é indicado por um vereador, e as coisas não se conectam. Tem que ter planejamento, tem que ter metodologia.

Quais os principais desafios de Pelotas hoje?

O saneamento básico é um grande desafio. Até 2033 precisa universalizar com 90% do esgoto tratado. Saneamento é saúde, é educação, é qualidade de vida. Hoje só 21% do esgoto é tratado e o restante é jogado nos nossos recursos naturais. A gente não tem condições de balneabilidade no Laranjal, nós temos um potencial aqui para o turismo e ninguém vai para o Laranjal. A drenagem da água da chuva também é importantíssima agora devido às mudanças climáticas. A gente precisa se organizar para não sofrermos como a gente vem sofrendo. A gente tem que ter gestão e projetos de manutenção.

Como preparar Pelotas para as mudanças climáticas?

Essa é uma questão muito importante para mim. Eu sou especialista em ecologia urbana, tenho um curso de processo e gestão ambiental e sou mestre em biologia. Eu fui a primeira professora a implementar um projeto em educação ambiental na rede municipal. Eu faço parte do Movimento Ecotrabalhista do PDT e a gente vem trabalhando muito a respeito das mudanças climáticas. A gente precisa urgentemente cuidar da mata ciliar que protege muito para as cheias. Também temos que organizar os diques, fazer manutenção. Precisamos de jardins de chuva para a água escoar. Tudo é uma questão de planejamento e de gestão. Temos que montar um grupo de especialistas com ecólogo, geólogo, engenheiro ambiental, químico, montar uma equipe interdisciplinar. O problema agora da Z-3 e do Pontal da Barra é seríssimo. Essa remoção deles é muito delicada, e a gente precisa ter um lugar bem estruturado.

Como professora, qual seu diagnóstico da educação de Pelotas?

Eu sou professora do município há 26 anos e já trabalhei em vários bairros da cidade, conheço várias realidades. Falta investimento e valorização profissional. Nós professores estamos à mercê, vendendo coisinhas, uma Natura, uma Avon, para melhorar a renda. Professores cansados, aumentando a sua carga horária de trabalho de 40 para 60 horas, esgotados, para manter uma renda. A questão também do piso salarial a gente precisa construir em um diálogo permanente e coletivo. Eu tenho duas especializações e ganho por uma só, esse é o incentivo que eu tenho. A gente se qualifica e não tem um retorno porque não tem um plano de carreira digno. Fora os outros servidores, os merendeiros não têm insalubridade. Trabalham com faca, manuseando o botijão, podem sofrer algum acidente e tem que ter um amparo. A gente precisa ter infraestrutura nas escolas, não temos quadras poliesportivas em algumas escolas e os alunos têm que jogar no campinho em frente à escola. Laboratórios de ciência algumas escolas têm, outras não têm. A minha escola recebe R$ 17 mil, de três em três meses, e tem que ficar fazendo conta para decidir o que dá pra fazer. Até papel higiênico tá faltando.

Qual seria seu papel como vice-prefeita?

Eu não gostaria de assumir nenhuma secretaria, eu quero é transitar nas secretarias e trabalhar junto com os secretários. Não pensamos em ninguém ainda, mas a gente tem muita gente boa, colegas maravilhosas, gente que está na base e sabe o que está acontecendo. Quero transitar não no sentido de fiscalizar, mas de contribuir com o processo. A gente vai ter que desenvolver essa cidade, vamos ter que empreender, vamos ter que buscar recursos financeiros estaduais, federais e no exterior.

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