Referência de atendimento para a região Sul, o Pronto Socorro de Pelotas (PS) tem operado com superlotação. Com seus 56 leitos de capacidade ocupados, na tarde de quinta-feira (5) havia ainda 79 pacientes aguardando por uma vaga de internação no PS, o que representa uma lotação de 140%. A Clínica e a Unidade de Tratamento Intensiva (UTI) adulta são as alas com maior demanda. No município, ao todo são 705 leitos oriundos do Sistema Único de Saúde (SUS).
Entre o vai e vem de profissionais da saúde apressados, a chegada de ambulâncias e a movimentação de familiares que acompanhavam pacientes, quatro mulheres lamentavam em frente ao Pronto Socorro. Filhas e sobrinha de Isolda Lessa, 77 anos, que havia falecido há pouco.
De acordo com os relatos das acompanhantes, após sofrer um Acidente Vascular Cerebral (AVC), a idosa foi encaminhada à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Areal e continuou no local por dois dias aguardando um leito para ser transferida ao PS.
A superlotação
De acordo com a prefeitura de Pelotas, a superlotação dos Pronto Socorros seria uma realidade em todo o Estado desde o início do ano. “Antes mesmo da enchente, e em Pelotas não é diferente”, diz a diretora de Atenção Especializada e Hospitalar, Caroline Hoffmann.
A gestora argumenta ainda que em alguns municípios frequentemente haveria o fechamento da porta de entrada devido à superlotação, o que não é uma política adotada em Pelotas.
“O município não limita o atendimento. Independentemente do espaço físico, toda a demanda é absorvida porque se entende que se as pessoas procuram o PSP para aguardar leito é porque estão necessitando de internação”, complementa.
A demanda por internação
O Pronto Socorro possui oito leitos para pediatria, 39 leitos clínicos e nove leitos de emergência. Na quinta-feira aguardavam internação 65 pacientes clínicos e 14 para a UTI adulta.
Conforme a diretora de Atenção Especializada e Hospitalar, a maioria dos quadros de internação tem causa respiratória. Além disso, outros quadros que historicamente aumentariam no inverno seriam a incidência de infartos.