“O basquete de Pelotas está mais vivo do que nunca”
Edição 19 de julho de 2024 Edição impressa

Quarta-Feira27 de Novembro de 2024

Abre aspas

“O basquete de Pelotas está mais vivo do que nunca”

Yannick Soares fala sobre sua carreira e o momento do esporte na cidade

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“O basquete de Pelotas está mais vivo do que nunca”
Yannick Soares é o principal incentivador basquete 3x3 na cidade. (Foto: Divulgação)

Hoje aos 34 anos, Yannick Soares já fez e segue fazendo muito pelo basquete pelotense. Primeiro como jogador profissional, quando chegou a atuar pela seleção brasileira de basquete 3×3, e hoje como o principal incentivador do esporte na cidade, sendo o responsável direto pela organização de vários campeonatos como a Liga Municipal de basquete 3×3 e a Liga Municipal de basquete 5×5.

Como o basquete entrou na tua vida?

O meu pai, doutor Carlos Alex, me apresentou ao basquete. Ele foi atleta, árbitro da Federação Gaúcha, treinador da modalidade, então eu tive a oportunidade de acompanhar de perto em muitos momentos e crescer nesse meio. Com certeza a melhor herança que eu poderia receber.

Em que momento tu decidiu que seria um jogador de basquete profissional e quais foram os maiores desafios?

No dia do jogo 6 entre Chicago Bulls e Utah Jazz [final da NBA], o ano era 1998. Lembro de assistir ao jogo ao vivo com meu pai, na época a transmissão era feita pela TV Bandeirantes com narração do Luciano do Valle. Quando o Jordan roubou a bola do Karl Malone no minuto final da partida e acertou o que ficaria conhecido como “o último arremesso” eu senti pela primeira vez o frio na barriga que me acompanha até hoje todas as vezes que eu falo em basquete. O maior desafio com certeza foi sair da casa dos meus pais com 14 anos, quando eu ainda era apenas uma criança, e ter que lidar com a distância da minha família em meio a uma imensidão de novidades que surgiam a cada dia.

Os times que tu jogou e as principais conquistas?

Pelotas Basketball Clube, Colégio São José, UFPel, Grêmio Náutico União, LUBA (Uruguaiana), Videira, Avaí, Paysandu, Balneário Camboriú, Praia Clube Uberlândia, Ginástico BH, Esporte Clube Pinheiros, Vila Velha Basquete, Ypiranga, Clutch 3×3 e seleção brasileira 3×3. Fui pentacampeão gaúcho de basquete 3×3, tetracampeão sul-brasileiro de basquete 3×3, vice-campeão brasileiro 3×3 e 21 títulos no basquete 5×5.

Como vê no momento o cenário do basquete em Pelotas?

O basquete de Pelotas está mais vivo do que nunca, mas ainda está longe de alcançar o seu potencial máximo. Eu tive que ir morar em outra cidade, muito novo, porque aqui eu não tinha nenhuma possibilidade de desenvolver o meu jogo, devido a um volume muito pequeno de competições na cidade e em toda região, de uma maneira geral. Em um ano bom teríamos talvez 30 jogos anuais. Hoje a realidade é outra, Pelotas é a única cidade do Brasil que tem uma liga municipal de basquete 3×3 e uma liga municipal de basquete 5×5, ambas organizadas pela minha produtora com uma média de 25 jogos mensais na cidade entre as duas modalidades. Esse volume de jogos e competições oficiais eleva o nível de todos os jogadores envolvidos, através do desenvolvimento das suas habilidades cognitivas, técnicas e da sua leitura de jogo (Q.I de basquete). Os resultados são visíveis na prática já que em 2024 dois atletas de Pelotas lideraram o ranking nacional do basquete 3×3, nas categorias sub-16 e sub-19. Paralelo a isso ainda temos a equipe do basquete da UFPel fazendo um lindo trabalho e representando nossa cidade na Série Ouro da Liga de Basquete Amador de Porto Alegre.

A curto ou a médio prazo é possível projetar alguma equipe pelotense disputando uma Liga Nacional?

Com certeza e esse momento histórico está mais perto do que nunca. A equipe da Clutch 3×3  está confirmada na Super Liga de Basquete 3×3 em 2025 e irá representar Pelotas e o Rio Grande do Sul na maior competição da modalidade olímpica no país.

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